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Estado de Minas

Sindicato teme desemprego após mudança de atendimento do Hospital Alberto Cavalcanti

Em audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, secretário de Planejamento e Gestão afirmou que não haverá prejuízos para funcionários da Fhemig


postado em 28/08/2019 15:06 / atualizado em 29/08/2019 16:00

A partir de 9 de setembro, moradores que buscavam atendimento de urgência no hospital serão remanejados para outras unidades de saúde da capital mineira(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press - 26/08/2008)
A partir de 9 de setembro, moradores que buscavam atendimento de urgência no hospital serão remanejados para outras unidades de saúde da capital mineira (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press - 26/08/2008)

A decisão de mudança no atendimento do Hospital Alberto Cavalcanti gerou medo de desemprego aos funcionários. Durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na manhã desta quarta-feira, que tratou da proposta de ceder a administração dos hospitais da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) para Organizações Sociais, o tema foi levantado.

O hospital Alberto Cavalcanti, localizado no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, vai ser, exclusivamente, para o atendimento de pacientes com câncer. A audiência foi realizada às 10h no Auditório José Alencar. Estiveram presentes os deputados da Comissão de Saúde, o presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais e representantes de sindicatos.

Perda de empregos

Apesar da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) comemorarem as mudanças no hospital, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais teme a perda de empregos.

“Quando você fala em fundir você fala em fechar serviço e nós não estamos aqui para discutir serviço. Eles estão falando em lucro, saúde não dá lucro. Saúde é investimento. Nós queremos que o governo do estado preste esclarecimento para fazermos uma discussão, porque fechamento de serviços nós não vamos permitir de forma alguma”, disse Neuza Pereira de Freitas, diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais.

A partir de 9 de setembro, moradores que buscavam atendimento de urgência no hospital serão remanejados para outras unidades de saúde da capital mineira(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press - 26/08/2008)
A partir de 9 de setembro, moradores que buscavam atendimento de urgência no hospital serão remanejados para outras unidades de saúde da capital mineira (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press - 26/08/2008)

Para a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, a mudança promete tornar mais ágeis os processos e melhorar para os funcionários. “Nenhum direito dos funcionários públicos serão alterados da Rede Fhemig. Nós estamos mudando apenas a gestão, que passa a ser privada, mas os direitos dos funcionários continuam em regime estatutário”, afirmou o secretário Otto Alexandre Levy Reis.

A Fhemig esclareceu que o hospital não irá fechar as portas.  O Pronto Atendimento, a partir de  9 de setembro, passará a não funcionar de portas abertas para a região da unidade. Os usuários serão referenciados para outras unidades de saúde conforme regulação da Prefeitura. “Em nenhum momento, cogitou-se o fechamento do Hospital Alberto Cavalcanti, que continuará sendo referência estadual em oncologia”, destacou.

Entenda a mudança

A partir de 9 de setembro, moradores que buscavam atendimento de urgência no Hospital Alberto Cavalcanti serão remanejados para outras unidades de saúde da capital mineira. A Prefeitura vai reforçar os profissionais na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade para não ter prejuízo na assistência aos pacientes

O acesso ao Hospital Alberto Cavalcanti será totalmente regulado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). A unidade de saúde vai passar a ser referência para serviços na área do atendimento aos pacientes com câncer, sobretudo em algumas subespecialidades em que há necessidade de oferta de serviços como a hematologia oncológica.

Para isso, os atendimentos de urgência que eram realizados no local, serão transferidos. “Pacientes que eram assistidos nos serviços de urgência do Hospital Alberto Cavalcanti serão atendidos pelas Unidades de Pronto Atendimento Odilon Behrens, Oeste e Pampulha, além dos hospitais Odilon Behrens e Julia Kubitschek”, informou a prefeitura. 


Importância ao paciente com câncer

Para a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), a mudança é importante para o atendimento ao paciente oncológico. “Este passo é fundamental para assegurar uma assistência integral a este paciente, além de aumentar a capacidade de internações, procedimentos e cirurgias, atendendo à atual demanda. Desta forma, os demais pacientes serão referenciados pelo município para outras unidades de saúde da região para que não haja prejuízo assistencial a nenhum usuário”, afirmou. 

A assistência em oncologia clínica começou a ser realizada no Hospital Alberto Cavalcanti na década de 80. Foi o primeiro hospital público de Minas Gerais a prestar este tipo de serviço, paralelamente à realização de cirurgias e à oferta do serviço de quimioterapia. Hoje, é credenciado como Centro de Referência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), por oferecer ao usuário a assistência integral, como diagnóstico, tratamentos de quimioterapia e radioterapia, cirurgias e cuidados paliativos. “Com o resgate de seu perfil assistencial, a Fhemig espera ampliar este atendimento e, assim, reafirmar seu papel no contexto da saúde pública mineira”, finalizou a Fhemig.
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 


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