A Casa de Apoio Chico do Vale, em Belo Horizonte, recebeu um grupo de aproximadamente 30 venezuelanos na noite desta quarta-feira (28). A chegada foi marcada pela euforia dos venezuelanos já hospedados no local, ansiosos pela chegada dos compatriotas, e pela esperança dos novatos em recomeçar a vida longe do país em crise humanitária.
Leia Mais
Acolhidos pela Arquidiocese, venezuelanos homenageiam Brasil com tapetes de serragemGrupo de 37 refugiados venezuelanos chega a Belo Horizonte Imigrantes venezuelanos deixam Sete Lagoas e voltam para Montes ClarosA saga de família indígena da Venezuela: com 5 crianças, de Manaus às ruas de BH
Luiz Villavicenzo, de 20 anos, está no Brasil há dois meses, desde 21 de junho. “A expectativa é me superar aqui e crescer como pessoa. Quero muito ajudar quem está lá no país ainda, meus parentes, que estão em Zulia. Preciso ser forte e demonstrar muito carisma ao conversar para conseguir boas condições aqui”, disse.
O grupo vai recebeu apoio da Cruz Vermelha, que repassou ao abrigo colchões, roupas e mantimentos para uso dos refugiados. Lá, o grupo de 30 se junta a outro de 18, que está na capital mineira há mais ou menos um mês.
“Estamos recebendo (os refugiados) desde o ano passado. Nós passamos por três etapas neste processo: o acolhimento, o encaminhamento para o emprego e o assentamento das famílias. Nós temos mais de 50 venezuelanos aqui no momento”, detalhou Elenice Natalina Silva, 57, coordenadora da entidade.
Esta é a segunda vez que a Cruz Vermelha em Minas Gerais recebe população refugiada da Venezuela em pouco mais de um mês. No dia 20 de julho, um grupo de 76 pessoas do país vizinho desembarcou no estado.
''Violações graves''
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, nesta quarta-feira, uma resolução na qual condena “as violações graves e sistemáticas dos direitos humanos na Venezuela”.
A nota afirma que essas violações incluem “o uso da tortura e a prática de detenções ilegais e
arbitrárias, execuções extrajudiciais, desaparições forçadas e a negação de direitos e necessidades
básicas, especialmente relacionados à saúde, à alimentação e à educação”.
A resolução foi aprovada por 21 votos a favor, inclusive do Brasil. Dominica, Nicarágua e São
Vicente e Granadinas votaram contra, enquanto outras sete nações se abstiveram, entre elas Bolívia e México. Antígua e Barbuda, Granada e Uruguai não tinham representantes presentes na votação.