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Estado de Minas

Minas tem mais de dois tombamentos de carga por dia em rodovias federais do estado

Só ontem, principais BRs de Minas tiveram três acidentes com interdição total ou parcial de tráfego. Imprudência é maior causa das 422 ocorrências do 1º semestre


postado em 29/08/2019 06:00 / atualizado em 29/08/2019 07:29

Apesar do bloqueio gerado por carga e carreta tombada, trânsito fluiu parcialmente durante toda a manhã (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Apesar do bloqueio gerado por carga e carreta tombada, trânsito fluiu parcialmente durante toda a manhã (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Carga espalhada pela pista, trânsito total ou parcialmente fechado, muita lentidão para os motoristas, filas quilométricas, prejuízo financeiro e dificuldade para remoção dos veículos pesados tombados. Esses são alguns dos transtornos que ocorrem nas rodovias federais que cortam Minas Gerais quando acontece um tombamento de veículo pesado ou derramamento de produtos no asfalto.

Somente ontem, pelo menos três ocorrências desse tipo foram registradas no estado, superando a média diária de 2,3 acidentes do tipo em Minas no primeiro semestre de 2019, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que consideram apenas as BRs sob vigilância da corporação. Os acidentes de ontem ocorreram na BR-040 e na BR-381, corredores rodoviários mais importantes do estado e que são os principais concentradores desse tipo de ocorrência, associado principalmente à imprudência e ao mau acondicionamento da carga.

De janeiro a junho deste ano foram 422 tombamentos ou derramamentos de carga no estado, com 145 registros na BR-381, incluindo os trechos de BH a Governador Valadares e BH a São Paulo, e 68 na BR-040, também levando em consideração os dois segmentos da rodovia, tanto entre BH e Brasília quanto entre a capital mineira e o Rio de Janeiro. Os dados gerais, de todo o estado, apontam para uma redução quando levado em consideração o período de janeiro de 2017 a junho de 2019.

Segundo o inspetor Aristides Júnior, chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF em Minas, o tombamento é um tipo de acidente de solução e atendimento demorados quando acontece. "Provoca um transtorno muito grande para o trânsito. São acidentes que causam grandes interrupções por um longo período de tempo, pois é preciso destombar o veículo e tirar a carga da pista”, afirma o agente da PRF.

Um dos acidentes de ontem ocorreu no trecho da BR-381 conhecido como Rodovia da Morte. Moradores das imediações foram autorizados a retirar grãos. Pista só foi completamente liberada cinco horas depois(foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Um dos acidentes de ontem ocorreu no trecho da BR-381 conhecido como Rodovia da Morte. Moradores das imediações foram autorizados a retirar grãos. Pista só foi completamente liberada cinco horas depois (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
 
A corporação registrou três ocorrências do tipo ontem, uma delas ainda na madrugada, na BR-381, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, onde uma carreta bitrem carregada de sucata tombou na altura do Km 173. O acidente ocorreu pouco antes das 2h da madrugada e a pista foi liberada às 3h57. Nesse período, o trânsito ficou 100% fechado em ambos os sentidos.

Mais tarde, às 6h20, novo tombamento na 381, desta vez próximo ao trevo de Ravena, distrito de Sabará, já na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Uma carreta carregada de milho tombou na pista e a carga ficou espalhada no asfalto, restringindo o trânsito a uma faixa em cada sentido por cima da carga, situação que gerou grande lentidão no trecho. O responsável pelo veículo acionou um guincho que saiu da cidade de Bom Despacho, a 190 quilômetros do local. Pessoas que passavam pelo local foram autorizadas a retirar parte dos grãos espalhados pelo asfalto. Conforme a PRF, a pista foi totalmente liberada às 13h10, quase cinco horas depois do acidente.

Ainda segundo o inspetor Aristides Júnior, nas rodovias que não são concedidas, como é o caso da 381 entre BH e Valadares, quando acontece um acidente do tipo há duas opções para remoção de veículo e carga. Uma delas é o acionamento da seguradora contratada pelo proprietário. A segunda é o acionamento de guinchos credenciados pela PRF em todas as regiões do estado, que cobram o valor gasto dos donos dos caminhões.

A escolha entre a primeira ou segunda solução depende da avaliação de quem está em campo atendendo a ocorrência. “Quando não tem concessionária (responsável pela rodovia) com certeza a situação fica mais complexa. Isso dificulta mais o processo e acaba contribuindo para interdições com o tempo muito maior”, acrescenta o porta-voz da PRF em Minas.



OUTRA FRENTE


Ontem, enquanto a carreta tombava perto do trevo de Ravena, outro veículo pesado virava em Itabirito, no Km 586 da BR-040, Região Central de Minas, já em um trecho concedido à iniciativa privada. A concessionária Via 040 foi notificada do caso às 6h30, e informou que às 9h42 o veículo estava destombado. Antes disso, a empresa fez um esquema de tráfego em siga e pare, além da canalização do trânsito, evitando bloquear 100% da circulação.

Mas o trânsito chegou a permanecer totalmente fechado por cerca de 20 minutos, segundo a concessionária, na hora do destombamento. A limpeza da pista foi concluída às 11h38, com liberação total do fluxo, e a fila chegou a quatro quilômetros em ambos os sentidos.

Segundo o gerente de Operações da Via 040, Fabiano Xavier, ocorrências desse tipo costumam ser mais complexas e um dos requisitos a serem cumpridos antes do destombamento é o transbordo (remoção) da carga. “Não é possível fazer destombamento com o veículo carregado. É importante frisar que, apesar de a responsabilidade do transbordo ser do responsável pela carga, colocamos nossos recursos de máquinas e pessoal para atuar na remoção desses produtos”, afirma.

De acordo com a Via 040, de 1º de janeiro deste ano até ontem foram 85 tombamentos na BR-040 só na área Mineira da rodovia, dos quais 70% ligados à imprudência em forma de excesso de velocidade. “Se os motoristas respeitarem a sinalização da rodovia, pode ter certeza de que vamos conseguir mitigar esse número de acidentes”, afirma. Outra questão que interfere é o excesso ou má distribuição do peso, que constantemente é flagrado nas balanças que funcionam na rodovia.


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