Uma estrutura montada para cultivar maconha de alto padrão e traficá-la em Belo Horizonte, tudo enquanto deveria coordenar as investigações da Polícia Civil na Região de Venda Nova. Em entrevista coletiva concedida na noite desta quinta-feira (29), o corregedor-geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Ferreira, deu detalhes de como o delegado lotado na Região de Venda Nova, em BH, cultivava maconha na cobertura de um prédio localizado no Bairro Itapoã, na Pampulha.
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No apartamento, os militares encontraram adubo, terra, vasos, materiais para divisão do produto para venda, sementes de maconha e 35 pés da mesma droga, além do entorpecente já pronto para consumo.
"A estrutura da cobertura foi adaptada com ar-condicionado, estufa, exaustor e filtro, para que houvesse a secagem, cultivo e que não exalasse cheiro para a vizinhança", detalhou Luiz Carlos Ferreira.
Dois litros de óleo extraído da maconha, de alto custo no mercado, também foram apreendidos.
“A perícia encontrou a maconha em óleo que é raro de achar e tem um alto poder de surtir os efeitos da substância. É de alto custo. Uma grande quantidade, aproximadamente dois litros. Segundo orientação dos peritos, poucas gotas (do líquido) são necessárias para alcançar o mesmo efeito dos cigarros”, disse o corregedor-geral Luiz Carlos Ferreira.
O homem detido está preso na Casa de Custódia da Policial Civil, no Bairro Concórdia, na Região Nordeste da cidade, onde vai responder pelo crime junto à corregedoria da corporação.
Histórico
O delegado preso está na Polícia Civil mineira há 14 anos. Ele já passou por outras instituições de segurança pública de diferentes estados da federação e alega que todo o material apreendido era para consumo próprio. A corregedoria, no entanto, não se posiciona diante da afirmação dele.
Ainda segundo o corregedor-geral Luiz Carlos Ferreira, o acusado tem em seu registro “problemas correcionais”, mas que são de “menor gravidade”, sem relação com tráfico de drogas. Ferreira, no entanto, não deu detalhes que delitos são esses nem quando eles foram cometidos.
Enteado
Quanto ao enteado do delegado detido na ocorrência, a Polícia Civil informou que o jovem, que não foi identificado, estava em BH há oito meses e será encaminhado ao sistema prisional.
O suspeito informou que não tinha conhecimento das plantações proibidas na cobertura do apartamento e que estava na cidade para estudar Nutrição.
As investigações prosseguem na Polícia Civil daqui pra frente. O delegado vai responder criminalmente pelo fato e, posteriormente ou ao mesmo tempo, caso necessário, a corporação abrirá um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do acusado na esfera da corporação. Ele pode, inclusive, ser expulso da corporação.