O sarampo provoca, além do medo da população de ser infectada pelo vírus, transtornos em Belo Horizonte. Desde de 21 de agosto, a capital mineira precisou interromper o atendimento por 20 ocasiões nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira interdição parcial aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul. O paciente, que tinha chegado de São Paulo, teve a confirmação preliminar da moléstia.
De acordo com a prefeitura, a interdição de cada unidade leva duas horas, em média. O protocolo do Ministério da Saúde prevê a suspensão da entrada de novos pacientes, verificação da situação vacinal de todas as pessoas que estão dentro da unidade e aplicação de doses para quem ainda não foi imunizado. Além disso, é feita uma completa desinfeção do espaço.
O morador de São Paulo, estado que passa por um surto da doença, que procurou a UPA Centro-SUl, recebeu vacina contra a doença e depois foi transferido para o Hospital Eduardo de Menezes. De acordo com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), ele recebeu alta no domingo. “O resultado do exame foi reagente para Sarampo”, finalizou. No mesmo hospital, um outro paciente, também vindo do estado paulista, foi internado em 24 de agosto e deixou a unidade quatro dias depois.
A cada novo boletim epidemiológico do sarampo divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) o temor fica cada vez mais real. Dados da pasta, apresentados nesta sexta-feira, mostram que já são quatro casos confirmados da doença e outros cinco pacientes com exames preliminares positivos para a moléstia. No levantamento anterior, de 22 de agosto, eram três pessoas com diagnóstico inicial para sarampo.
“(...) existem 05 casos que muito provavelmente serão confirmados, mas que ainda necessitam de percorrer etapas da investigação e protocolos que impedem esta classificação até o momento. Trata-se de um caso do município de Viçosa, um de Uberlândia, um de Passos, um de Itaúna e Jundiaí-SP atendido na capital”, informou a Secretaria. Esses pacientes apresentaram sintomas compatíveis com a suspeita, tiveram contato com pessoas ou são moradores de São Paulo e já possuem exames iniciais reagentes.
“Após coleta e liberação de resultado da segunda coleta de amostra de soro e análise minuciosa das investigações, os mesmos serão classificados. Vale ressaltar que ambos os casos o bloqueio vacinal foi realizado, contribuindo para a interrupção da cadeia de transmissão e não aparecimento de casos
secundários”, pontuou a pasta.
Desde o início deste ano foram notificados 249 casos suspeitos da doença provenientes de 92 municípios do estado. Destes, quatro foram confirmados. O primeiro é de um italiano que esteve na Europa entre dezembro do ano passado e janeiro. Ele mora em Betim, na Grande BH.
Os outros pacientes são um gesseiro de 25 anos, sem comprovante vacinal, que veio de Trindade (PE) no fim de janeiro e mora em Contagem; um bebê de 1 ano, de Belo Horizonte, que foi vacinado em novembro do ano passado e começou a apresentar sintomas do sarampo em fevereiro; e uma adolescente de 13 anos, também de Belo Horizonte, que sofre de lúpus e viajou para Almenara e Porto Seguro (BA) em janeiro.
Vacinação
Desde a última terça-feira, pessoas que passam pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão sendo vacinados. A Secretaria de Estado da Sáude de Minas Gerais (SES-MG) montou sala de vacinação para a amplicação da vacina contra o sarampo. A ação temporária durará 15 dias, de segunda a sexta, de 9h às 16h. A imunização é voltada para passageiros que circulam pelo aeroporto e a população aeroportuária formada por quem trabalha no local.A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) também reforçou a imunização. Foram disponibilizados 13 mil doses de vacina contra o sarampo para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Serão contempladas todas as escolas municipais que contam com turmas da EJA.