O número de casos confirmados de sarampo em Minas Gerais está cada vez mais próximo de aumentar, e com eles o nível de preocupação em relação à doença. Além dos quatro diagnósticos já comprovados no estado – a metade em Belo Horizonte –, outros cinco pacientes tiveram o exame preliminar positivo para a virose. Estão sendo investigadas ainda outras 73 notificações. Desse total de casos suspeitos, 56,4% são moradores de BH que apresentaram sintomas compatíveis. Em nove dias, o atendimento foi interrompido por 20 ocasiões nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) da capital, como medida de prevenção. A vacinação continua em postos de saúde de todo o país.
A cada novo boletim epidemiológico do sarampo divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) o temor fica cada vez mais próximo. Dados da pasta apresentados ontem informaram sobre os cinco novos pacientes com exames preliminares positivos para sarampo. A confirmação depende de exames complementares, mas já é considerada provável pelas autoridades sanitárias mineiras. No levantamento anterior, de 22 de agosto, eram três pessoas com diagnóstico inicial para sarampo.
“Existem 5 casos que muito provavelmente serão confirmados, mas que ainda necessitam de percorrer etapas da investigação e protocolos que impedem essa classificação até o momento. Trata-se de um caso do município de Viçosa (Zona da Mata), um de Uberlândia (Triângulo Mineiro), um de Passos (Sul de Minas), um de Itaúna (Centro-Oeste) e um Jundiaí-SP, atendido na capital mineira”, informou a secretaria estadual. Esses pacientes apresentaram sintomas compatíveis com a suspeita, tiveram contato com pessoas ou são moradores de São Paulo e já têm exames iniciais reagentes.
Desde o início deste ano foram notificados 249 casos suspeitos da doença provenientes de 92 municípios do estado. Desses, quatro foram confirmados. O primeiro é de um italiano que esteve na Europa entre dezembro do ano passado e janeiro. Ele mora em Betim, na Grande BH. Os outros pacientes são um gesseiro de 25 anos, sem comprovante vacinal, que veio de Trindade (PE) no fim de janeiro e mora em Contagem, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte; um bebê de 1 ano, da capital, que foi vacinado em novembro do ano passado e começou a apresentar sintomas do sarampo em fevereiro; e uma adolescente de 13 anos, também de BH, que sofre de lúpus e viajou para Almenara e Porto Seguro (BA) em janeiro.
EM BH Com dois casos confirmados da doença, a capital investiga outras 44 notificações suspeitas. Além do medo de infecção pelo vírus, a população vem enfrentando transtornos para se imunizar, com as filas, e com fechamentos temporários de unidades de saúde que recebem pacientes com quadros suspeitos de sarampo. Desde 21 de agosto, BH precisou interromper o atendimento por 20 ocasiões em postos ou unidades de pronto-atendimento (UPAs) do SUS. A primeira interdição parcial aconteceu na UPA Centro-Sul. O paciente, que tinha chegado de São Paulo, teve a confirmação preliminar de sarampo.
O morador do estado que passa por um surto da doença, o paciente recebeu vacina contra a doença e depois foi transferido para o Hospital Eduardo de Menezes, especializado no atendimento de doenças infectocontagiosas. De acordo com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), ele recebeu alta no domingo. “O resultado do exame foi reagente para sarampo”, informou. No mesmo hospital, um outro paciente, também vindo de São Paulo, foi internado em 24 de agosto e deixou a unidade quatro dias depois. Outros pacientes foram levados ao Hospital Infantil João Paulo II, referência em pediatria, com suspeita da virose. Porém, o número de crianças atendidas e o estado de saúde delas não foram divulgados.
De acordo com a prefeitura de Belo Horizonte, a interdição de cada unidade que recebe um paciente com quadro suspeito de sarampo leva duas horas, em média. O protocolo do Ministério da Saúde prevê a suspensão da entrada de novos pacientes, verificação da situação vacinal de todas as pessoas que estão dentro da unidade e aplicação de doses para quem ainda não foi imunizado. Além disso, é feita uma completa desinfeção do espaço.