O risco do sarampo se espalhar por Belo Horizonte eleva o medo e provoca transtornos na cidade. Somente nesta terça-feira, uma Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) e outras cinco unidades de saúde tiveram suas atividades paralisadas por causa da presença de pessoas com sinais da doença. Em 14 dias, o protocolo para bloqueio da moléstia foi utilizado 33 vezes nas unidades Sistema Único de Saúde (SUS)
A Emei com atividades suspensas hoje fica no Bairro Mantiqueira, Região de Venda Nova. O paciente é um aluno que foi levado para o Centro de Saúde do Bairro Jardim dos Comerciários, que teve o atendimento suspenso depois que a criança deu entrada. Caso semelhante ocorreu nessa segunda-feira na Emei Solimões, na Região Norte. Segundo informações obtidas pelo em.com.br, uma criança foi levada para uma unidade de saúde do bairro, mas o sarampo foi descartado e a criança foi diagnosticada com escarlatina.
Também suspenderam o atendimento nesta terça-feira as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Norte e Pampulha. O protocolo também foi usado nos centros de saúde Havaí, no Bairro Estrela Dalva, Wladomiro Lobo, no Bairro Madre Gertrudes, ambas localizadas na Região Oeste da cidade, e no Conjunto Paulo VI, na Região Nordeste.
Na madrugada, o hospital do Ipsemg, no Centro de Belo Horizonte, fechou após receber um paciente com suspeita de sarampo, mas tratava-se de um alarme falso e, pela manhã, os atendimentos foram retomados.
De acordo com a prefeitura de Belo Horizonte, a interdição de cada unidade que recebe um paciente com quadro suspeito de sarampo leva duas horas, em média. O protocolo do Ministério da Saúde prevê a suspensão da entrada de novos pacientes, verificação da situação vacinal de todas as pessoas que estão dentro da unidade e aplicação de doses para quem ainda não foi imunizado. Além disso, é feita uma completa desinfeção do espaço.
Casos de sarampo
O número de casos confirmados de sarampo em Minas Gerais está cada vez mais próximo de aumentar, e com eles o nível de preocupação em relação à doença. Além dos quatro diagnósticos já comprovados no estado – a metade em Belo Horizonte –, outros cinco pacientes tiveram o exame preliminar positivo para a virose. Estão sendo investigadas ainda outras 73 notificações. Desse total de casos suspeitos, 56,4% são moradores de BH que apresentaram sintomas compatíveis.
A cada novo boletim epidemiológico do sarampo divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) o temor fica cada vez mais próximo. Dados da pasta informaram sobre os cinco novos pacientes com exames preliminares positivos para sarampo. A confirmação depende de exames complementares, mas já é considerada provável pelas autoridades sanitárias mineiras. No levantamento anterior, de 22 de agosto, eram três pessoas com diagnóstico inicial para sarampo.
Desde o início deste ano foram notificados 249 casos suspeitos da doença provenientes de 92 municípios do estado. Desses, quatro foram confirmados. O primeiro é de um italiano que esteve na Europa entre dezembro do ano passado e janeiro. Ele mora em Betim, na Grande BH. Os outros pacientes são um gesseiro de 25 anos, sem comprovante vacinal, que veio de Trindade (PE) no fim de janeiro e mora em Contagem, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte; um bebê de 1 ano, da capital, que foi vacinado em novembro do ano passado e começou a apresentar sintomas do sarampo em fevereiro; e uma adolescente de 13 anos, também de BH, que sofre de lúpus e viajou para Almenara e Porto Seguro (BA) em janeiro. M BH Com dois casos confirmados da doença, a capital investiga outras 44 notificações suspeitas.