Um incêndio de grandes proporções atinge uma fábrica de tintas em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta terça-feira. Grandes labaredas destróem um galpão, onde está armazenado materiais inflamáveis. Várias explosões foram ouvidas e uma grande cortina de fumaça tomou conta da região. Há risco das chamas atingirem um tanque de etanol. Não houve feridos. As causas serão apuradas. Devido a ocorrência, o trânsito na BR-381, que fica próxima ao local, ficou lento.
As chamas tiveram início por volta das 17h40, próximo a tanques de solventes. “Tem três tanques cheios de um componente químico para fazer a tinta”, afirmou um dos funcionários, que preferiu manter o anonimato. Segundo ele, não havia ninguém na empresa no momento em que o fogo começou.
Uma grande mobilização das forças de segurança foi montada no entorno da fábrica, que está localizada na Rua Gracyra Resse de Gouveia, 2000. Viaturas da Polícia Militar (PM), da Guarda Municipal, fazem a segurança do entorno da edificação em chamas. Enquanto isso, os bombeiros combatem o fogo, que segue descontrolado.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local contém produtos altamente inflamáveis. Dois tanques de aproximadamente 15 mil litros de solvente correm o risco de serem atingidos. Os militares tentam fazer o resfriamento da estrutura. Por volta das 18h30, já tinham sido queimados aproximadamente 100 quilos de resina. Parte do material atingiu a rua em chamas.
De acordo com a capitã Thayse Rocha, do Corpo de Bombeiros, a maior preocupação do momento é a possibilidade de alastramento das chamas para um tanque de etanol localizado dentro da empresa. "O material é muito combustível, então o incêndio se propagou rápido. Estamos resfriando as paredes para que as chamas não cheguem neste tanque de etanol e nas fábricas vizinhas", explicou.
Ainda segundo ela, uma das indústrias ao lado da fábrica abriga acetileno, um material ainda mais inflamável que as tintas e solventes que queimam no momento. As substâncias queimadas, conforme a militar, são bastante tóxicas, porém estas são menos densas que o ar, então se dissipam com facilidade. Não há perigo eminente para a população ao redor mas os militares que estiveram na ocorrência usaram máscaras protetoras para amenizar os danos. “O risco que estamos nos preocupando é para que o incêndio não se alastre", ressalta Thayse Rocha.
O local fica próximo a BR-381. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que a rodovia não precisou ser interditada por causa do incêndio. Mesmo assim um longo congestionamento se formou na rodovia, desde o Bairro Riacho das Pedras, em Contagem, no sentido São Paulo.
Conforme o último levantamento da corporação, 16 viaturas trabalham no local. Porém, várias chegaram nos últimos minutos no local do fato.
Moradores assustados
Jânio Antônio, de 53 anos, mora na Rua Fiat, paralela à fábrica de tintas em chamas. Ele reclama que sua mãe, Alzira Maria Maciano, de 87, é acamada e enfrenta dificuldades no momento por conta de limitações respiratórias. Ele tentou ajuda com as autoridades, mas não obteve socorro até aqui. "Eles me falaram para chamar o Samu, mas o Samu nunca vem aqui quando precisamos. Eu nem tento mais. Preciso de algum lugar para acomodar minha mãe", reclama.
Ainda de acordo com Jânio, os moradores próximo à indústria ouviram explosões por mais de uma hora. Ele nunca entrou na fábrica, mas mora no local desde que nasceu.
*Estagiários sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz