A fábrica de tintas que foi atingida por um incêndio de grandes proporções na noite de terça-feira em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estava com documentação regular junto ao Corpo de Bombeiros. A informação foi confirmada pela corporação na manhã desta quarta. O local foi vistoriado e interditado hoje
O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) do imóvel tem validade até 2021. O documento atesta as condições de funcionamento e manutenção de medidas de segurança contra incêndio e pânico de um lugar, em conformidade com projeto aprovado pela corporação. Em 2013, os bombeiros indicaram irregularidades no imóvel, mas ontem a corporação não soube detalhar se as falhas haviam sido corrigidas.
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Segundo o capitão Ramiro de Bastos Coelho, superintendente da Defesa Civil da cidade, o showroom da Graal Tintas não foi danificado, somente a área de fabricação, que foi interditada. Parte do muro de um imóvel próximo também foi isolada.
Sobre a situação dos moradores do bairro, ele destaca que é preciso que as pessoas fiquem atentas caso apresentem algum problema de saúde. “A fumaça é tóxica. Contudo, ontem avaliamos a dimensão dela e, a princípio, atingiu com grau de risco só a área industrial. Se chegou (à residencial) foi pouca coisa”, explicou. “Se tiver algum sintoma respiratório, é preciso procurar um posto de saúde. Se for algo mais grave, procurar uma unidade de emergência para avaliação”, aconselha.
Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)
O proprietário da empresa acredita que o local estava regularizado. “Toda documentação está certinha. Não vemos problema nenhum de nada. AVCB, Licença Ambiental… não sei de onde saiu isso que não tinha o Auto de Vistoria”, afirmou Décimo Teodoro Alves.
O empresário afirmou ainda que não dá para ter dimensão do prejuízo financeiro, mas que a empresa tem seguro. Segundo Décimo, o fogo ficou contido somente em um dos cinco galpões e os outros quatro operam normalmente. Ele afirmou que o local não foi comprometido pela Defesa Civil.
O incêndio
Segundo a corporação, o local vinha sendo usado para armazenar produtos altamente inflamáveis. Dois tanques de aproximadamente 15 mil litros de solvente corriam o risco de serem atingidos, mas o perigo havia sido minimizado até o fechamento desta edição. Os militares atuaram no resfriamento da estrutura. Só na primeira hora do incêndio, cerca de 100 quilos de resina tinham sido queimados. O gás combustível derramado atingiu a Rua Fiat, localizada atrás do imóvel.
Na noite passada, o coronel Anderson Almeida informou que há possibilidade de que a ocorrência tenha sido provocada criminosamente, mas só a perícia da Polícia Civil poderá dar um diagnóstico final.
(Com informações de Gabriel Ronan, João Henrique do Vale, Jorge Lopes e Luana Queiroz)
Na noite passada, o coronel Anderson Almeida informou que há possibilidade de que a ocorrência tenha sido provocada criminosamente, mas só a perícia da Polícia Civil poderá dar um diagnóstico final.
(Com informações de Gabriel Ronan, João Henrique do Vale, Jorge Lopes e Luana Queiroz)