
A construção foi realizada pela prefeitura da cidade por meio de convênio com a Copasa. Os R$ 400 mil investidos estão parados na estrutura física, sem operacionalidade. A estação tem capacidade para tratar 1,74 litro de esgoto por segundo e atenderá mais de 1,2 mil pessoas da região.
A auxiliar de laboratório Camila Eduarda, de 27 anos, mora bem próximo à ETE. A casa dela fica abaixo das demais. “Quando chove, o esgoto das outras casas escorre para o meu quintal e passa aqui do lado da minha casa”, relata. Ela lida diariamente com animais peçonhentos. “Sem falar nas doenças. Tenho filho pequeno”, diz, procupada.

Como medida paliativa, a Secretaria Municipal de Obras Públicas (Semop) envia duas vezes por semana um caminhão para limpar as fossas. “Ele não consegue atender a toda demanda”, explica o presidente do bairro, Helilson Rodrigues. Por semana, 12 casas são atendidas. “Quando pensa em limpar 30, tem outras 30 para trás”, diz.
Licenças ambientais
Em nota, a Copasa informou que “em apoio à Prefeitura, entregou toda a documentação com o pedido de licenciamento ambiental para a Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram) e aguarda a autorização do órgão para início da operação da unidade”.

Controvérsias
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) negou o recebimento dos documentos. De acordo com consulta realizada no Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam), foi gerado um Formulário de Orientação Básica (FOB) em 13 de agosto passado.

Somente após a entrega dos documentos será possível avaliar o tempo para a emissão da licença. Como deverá ser um processo na modalidade Licença Ambiental Simplificada (LAS/RAS), o prazo de conclusão é de cerca de 30 dias.
Outra ETE em fase de teste
Além da ETE do Copacabana, está em construção a estação da bacia do Rio Itapecerica. Ela terá capacidade para tratar 400 litros de esgoto por segundo, representando cerca de 90% da de Divinópolis. O investimento é de R$ 143 milhões e inclui a implantação da unidade em Santo Antônio dos Campos, conhecido como Ermida, e do sistema de esgotamento sanitário.
A Copasa alega que a ETE está em fase de testes, previstos para serem concluídos até novembro deste ano, conforme autorização da Supram. A Licença de Operação poderá ser obtida após vistoria do órgão ambiental, que será realizada assim que os testes forem concluídos.
O Sisema confirmou que a Copasa tem as Licenças Prévia e de Instalação (LP+LI) com validade até 10 de junho de 2022. Já a Licença de Operação (LO) deverá ser emitida após a estação estar em plena capacidade de funcionamento.
Inicialmente, a obra estava prevista para ser concluída no final de 2016, depois a data mudou para dezembro de 2018, meados de 2019 e agora, final deste ano. As alterações ocorreram com acompanhamento do município e da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de água e de Esgotamento Sanitário (Arsae).
(Amanda Quintiliano, especial para o EM)