A situação orçamentária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está cada vez mais complicada. A UFMG informou, na noite desta quarta-feira (4), que entra em setembro em quadro crítico. Com o orçamento atual, segundo a universidade, somente serão preservados o pagamento de bolsas estudantis implementadas pela própria instituição e os contratos de terceirizados para assegurar seu funcionamento.
“Até agosto conseguimos honrar os compromissos, mas a partir de setembro a situação orçamentária ficará cada vez mais difícil, caso o MEC não libere os recursos que originalmente estavam previstos para a Universidade”, explica a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida.
Para amenizar o quadro, a universidade tem articulado, com deputados e com o Ministério da Educação, para garantir, ao menos, a integridade dos valores aprovados na Lei Orçamentária Anual (LOA). Esse repasse da União sofreu corte de 30% em maio por determinação do governo Jair Bolsonaro (PSL).
"O desbloqueio orçamentário é imprescindível para que a UFMG possa manter seu custeio pleno nos últimos três meses do ano”, alerta a reitora.
Pela LOA, a UFMG receberia R$ 215 milhões em 2019, valor que só havia sido corrigido pela inflação na comparação com os recursos de 2018. Com o corte de maio, no entanto, a universidade perdeu R$ 64,5 milhões, ficando apenas com R$ 150,5 milhões para o exercício atual.
A universidade é a segunda instituição federal de ensino mais afetada pelos cortes, atrás apenas da federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A assistência estudantil, cerca de R$ 38,3 mi, não foi atingida pelo bloqueio e continua garantida até o fim do exercício.
Sinalização
Em reunião realizada, em 21 de agosto na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (Andifes), o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, afirmou aos reitores que pode haver um desbloqueio de parte dos recursos a partir deste mês.
Ele declarou, contudo, que o orçamento de 2020 para as universidades deve manter os patamares do orçamento de 2019.
Reflexos
Com objetivo de cortar os custos, a universidade tomou diversas medidas. Entre elas está o encerramento de cursos de edução à distância para gestores esportivos, promovidos pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO).
O mesmo vale para o funcionamento da linha quatro de ônibus, que circulava pelo campus Pampulha. A linha operava como reforço, nos horários de pico, às demais.
Com Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)