Em pleno inverno, o calor não dá trégua em Belo Horizonte, que entrou ontem no quinto dia com temperaturas acima dos 30°C. E hoje não deve haver refresco. Depois de bater o recorde do dia mais quente da estação pelo segundo dia consecutivo – ontem os termômetros marcaram 33,7°C – a cidade deve ter mais um dia escaldante, com baixa umidade relativa do ar. O tempo seco vem atingindo níveis preocupantes, chegando ao patamar de 18%, o mais baixo deste ano, o que levou a Defesa Civil Municipal a emitir alerta. Além de a secura associada ao tempo quente exigir cuidados com a saúde, a combinação favorece ocorrências de incêndios, como o que ontem voltou a atingir um condomínio de luxo na porção Sul da Grande BH.
De acordo com Claudemir de Azevedo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura foi registrada por volta das 14h. “A marca foi batida na Estação Pampulha. Na estação meteorológica do Bairro Santo Agostinho, ficou em 33,3°C”, explicou. No início desta semana, os termômetros marcaram 33°C no domingo, então o dia mais quente do inverno. Na terça-feira, o calor se instalou de vez. Em todos os pontos da cidade a sensação foi de tempo abafado. Na Pampulha, a marca chegou a 33,6°C.
A frente fria que está no litoral de São Paulo deve dar um pequeno alívio no calor a partir de hoje. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o aumento da nebulosidade vai provocar ligeira queda na temperatura máxima. Mesmo assim, os termômetros ainda devem superar os 30°C. “O aumento da nebulosidade vai acontecer na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Sul de Minas, Campo das Vertentes, e Zona da Mata. Em BH não temos previsão de chuva. Já nas outras três regiões, podemos ter temporais localizados”, disse.
O calor é característico de setembro, mês de transição do inverno para a primavera, que começa na madrugada do dia 23. Segundo o Inmet, a climatologia, com base em ao menos 30 anos de observação, mostra que entre setembro e outubro são registradas tradicionalmente as maiores temperaturas, diante da escassez de chuvas e da pouca nebulosidade. Isso também faz com que os índices de umidade fiquem críticos, em níveis como o registrado ontem: 18%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o índice entre 21% e 30% como estado de atenção; entre 12% e 20%, de alerta, e abaixo de 12%, estado de emergência. O índice considerado ideal é de 60%.
O calor é característico de setembro, mês de transição do inverno para a primavera, que começa na madrugada do dia 23. Segundo o Inmet, a climatologia, com base em ao menos 30 anos de observação, mostra que entre setembro e outubro são registradas tradicionalmente as maiores temperaturas, diante da escassez de chuvas e da pouca nebulosidade. Isso também faz com que os índices de umidade fiquem críticos, em níveis como o registrado ontem: 18%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o índice entre 21% e 30% como estado de atenção; entre 12% e 20%, de alerta, e abaixo de 12%, estado de emergência. O índice considerado ideal é de 60%.
O tempo seco exige alguns cuidados. O período recomendado para atividades físicas é antes das 10h e após as 17h. Outras orientações são usar roupas leves, fazer evitar refeições pesadas, com preferência para frutas e verduras, além de usar sombrinha ou guarda-chuva para andar nas ruas no período mais quente. A hidratação deve ser reforçada, com a ingestão de bastante líquido.
Ocorrências de incêndio como as registradas no condomínio de luxo da Grande BH estão acima da média histórica em Minas Gerais neste ano. Nos oito primeiros meses de 2019, os focos de calor aumentam 80% no estado, segundo o Inpe. A boa notícia fica por conta das queimadas dentro das unidades de conservação. O número de ocorrências ficou dentro da média, mas a área total queimada diminuiu 70% em tamanho, segundo o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema).
Mais de 50 focos a cada 24 horas
A associação de altas temperaturas e tempo seco fornece combustível para queimadas, que só nos três primeiros dias de setembro já fizeram os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrarem 157 focos de calor em Minas Gerais, média de 52 a cada 24 horas. Além de afetar o meio ambiente, com o comprometimento do solo, da água, da vegetação e do ar, os incêndios provocam transtornos e levam medo à população.
Foi o que comprovaram moradores do Condomínio Alphaville, em Nova Lima, Grande BH, que durante os últimos dois dias viveram momentos de pânico diante de chamas. O fogo se alastrou rapidamente, ameaçou imóveis, e provocou o fechamento da BR-040 por aproximadamente uma hora. Outra estrada de acesso ao conjunto, a BR-356, foi tomada pela fumaça, o que prejudicou a visibilidade de motoristas.
O combate ao incêndio foi intenso ontem. Duas viaturas do Corpo de Bombeiros e seis militares foram empenhados para conter o fogo. O helicóptero Arcanjo 3 auxiliou os trabalhos, jogando água sobre a vegetação. Em terra, bombeiros usaram bombas costais e abafadores para tentar apagar as chamas.
O tormento para moradores do Condomínio Alphaville começou na terça-feira, por volta das 8h. As chamas que se iniciaram na vegetação chegaram a ser debeladas três horas depois. Porém, durante a tarde o fogo voltou na área de aproximadamente 40 hectares que havia sido devastada. O ponto era de difícil locomoção para os militares.
No fim da tarde, a situação ficou ainda pior. As chamas fizeram com que um grande volume de fumaça invadisse o condomínio. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o céu escuro. Entre preocupados e curiosos, vários moradores foram acompanhar os trabalhos do Corpo de Bombeiros, que entraram pela noite. Até o fechamento desta edição as chamas ainda não haviam sido debeladas.
Em Minas
Ocorrências de incêndio como as registradas no condomínio de luxo da Grande BH estão acima da média histórica em Minas Gerais neste ano. Nos oito primeiros meses de 2019, os focos de calor aumentam 80% no estado, segundo o Inpe. A boa notícia fica por conta das queimadas dentro das unidades de conservação. O número de ocorrências ficou dentro da média, mas a área total queimada diminuiu 70% em tamanho, segundo o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema).
“Importante lembrar que os números são dinâmicos, mas esses indicadores são positivos e a expectativa é de que a área queimada fique abaixo da média histórica nesse período de estiagem. Ainda assim, temos de estar sempre de prontidão”, afirma o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira.
Para tentar conter as ocorrências no período mais crítico, o governo de Minas lança uma campanha para prevenção. Com o tema, “Basta de Tragédia: além da mata, incêndios queimam histórias de vida”, as ações visam a sensibilizar a população para os impactos do fogo criminoso e para a importância do papel de todos nesse trabalho. A iniciativa é uma parceria do Sisema com o Corpo de Bombeiros.