Jornal Estado de Minas

PAMPULHA

Morte de jovem na Pampulha é mistério e expõe violência contra a mulher em Minas



A violência contra a mulher é um dos principais desafios para as força de segurança em Minas Gerais. Casos de feminicídios e outras mortes violentas das vítimas do sexo feminino não param de crescer. Somente em setembro, ao menos três assassinatos foram registrados. O último ontem, no Bairro Santa Amélia, Região da Pampulha. Isabela Gentil Reis Costa da Silveira, de 20 anos, foi surpreendida no trabalho por dois homens que a chamaram. Ela acabou executada com um tiro à queima-roupa. A motivação ainda é um mistério. Imagens das câmeras de segurança serão analisadas pela Polícia Civil para tentar identificar os suspeitos.
O crime ocorreu dois dias depois e na mesma região onde uma mulher foi morta pelo ex na porta de uma escola. Já na terça-feira, Maria Luzia de Souza Lima, de 31, foi assassinada depois de romper o relacionamento com o ex-parceiro.

O crime no Bairro Santa Amélia eleva a triste estatística da violência contra as mulheres. Dados da Polícia Civil mostram que Minas Gerais já registrou 77 feminicídios, uma média de 11 por mês, entre janeiro e julho de 2019. As tentativas de feminicídios são ainda maiores. Nos sete primeiros meses deste ano foram 117 ocorrências, média de uma a cada dois dias. No mesmo período, Belo Horizonte teve sete assassinatos de mulheres e 22 tentativas motivados pelo ódio.

A motivação do ataque a Isabela ainda é um mistério. Ela tinha um filho de 5 meses.
O crime ocorreu na Rua Alair Marques Rodrigues. A mulher estava em seu escritório, onde trabalhava no ramo de seguros. Dois homens chegaram ao local, a chamaram e, em seguida, atiraram de uma curta distância. “Duas pessoas procuraram pela vítima. Ao atendê-los, foi alvejada por um disparo à queima-roupa, de curta distância”, explicou o delegado César Matoso, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Para a polícia, a dinâmica do crime mostra que pode se tratar de uma execução. “Nos faz entender que eles procuravam especificamente a vítima para executá-la. A partir dessa dinâmica que iniciamos as investigações”, informou o delegado. Depois do assassinato, os dois autores do crime fugiram.
Próximo do local, eles abandonaram um veículo. Equipes da Polícia Civil fazem a perícia para tentar encontrar elementos que possam ajudar na identificação dos autores. As imagens das câmeras de segurança que flagraram o homicídio também serão analisadas. “Tem que ser feito um tratamento da imagem, mas há uma identificação física dessas pessoas que se aproximaram da vítima e a executaram. Todas as linhas de investigação estão sendo analisadas para que o crime seja desvendado o mais rápido possível”, comentou César Matoso.


OUTRAS MORTES

Moradores da Região da Pampulha ainda se recuperam de um outro crime brutal. Uma mulher de 35 anos foi assassinada na quarta-feira no Bairro Santa Branca. Ela estava na frente de uma escola, onde buscaria a filha dela, quando foi abordada pelo ex-companheiro. O homem ameaçou a vítima, o que motivou pessoas próximas a acionarem a polícia. Ao avistar os militares do 49º Batalhão que chegavam ao local, o suspeito disparou contra a ex. Ele também deu dois tiros contra a própria cabeça, um deles de raspão e outro em cheio.
Um ato de solidariedade à família da vítima foi marcado para ontem no bairro onde o crime ocorreu.

Na terça-feira, Maria Luzia foi morta pelo ex-companheiro em Durandé, na Região da Zona da Mata. O principal suspeito do crime, Paulo César Gomes da Silva, de 39, foi preso no dia seguinte em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Militar, Paulo César deu cerca de 10 facadas em Maria. A vítima havia rompido o relacionamento com o suspeito havia poucos meses, mas ele não aceitou o término. Ela deixou um filho de 5 anos.
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