Ambiente de consternação marcou o velório e enterro do engenheiro e empresário Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, na tarde deste domingo (8), no Cemitério Parque da Colina, Bairro Nova Cintra, Região Oeste de Belo Horizonte. Com uma salva de palmas, o corpo do homem, que morreu ao cair de patinete elétrica em BH, foi sepultado às 16h.
Amigos e parentes ainda tentavam entender o acidente com o equipamento que ceifou a vida do homem. Roberto estava com um casal de amigos no Mercado Central, onde participavam de uma solenidade. Na saída, eles colocaram créditos no aparelho. No caminho, ele se desequilibrou e bateu a cabeça em um obstáculo de concreto, na esquina formada pela Avenida Paraná com a Rua dos Tupis.
Roberto Pinto Batista, pai da vítima, disse estar muito abalado com a morte prematura e trágica do filho. Muito emocionado, disse ainda não estar em condições falar sobre “tragédia que se abateu sobre a família”.
Enquanto era socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Roberto (filho) sofreu duas paradas cardiorrespiratórias, e foi reanimado. Em seguida, encaminhado em estado grave ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde morreu na noite desse sábado.
A morte acontece em meio a discussão na cidade sobre as regras para o uso do equipamento de transporte. A BHTrans prepara um conjunto de regras que enquadre e discipline o fenômeno das patinetes elétricas.
Nas redes sociais, parentes e amigos lamentaram a morte. A maioria dos comentários são de pessoas surpresas de como o homem perdeu a vida.
Falta de regras
Os acidentes com as patinetes, que cada vez mais vem se popularizando nas calçadas, praças, ruas e avenidas da capital, não são raros. No Hospital de Pronto-Socorro João XXII, foram mais de 80 feridos atendidos em decorrência do uso de patinete, patins e skate, com destaque para o primeiro.
A cidade ainda carece de regras para o uso do equipamento. Como o Estado de Minas mostrou em 7 de junho, com a ausência de normas, a BHTrans está produzindo um projeto a ser submetido a consulta pública antes de virar decreto.
O objetivo é primeiro receber sugestões da sociedade, para depois providenciar a regulamentação efetiva. Mas o presidente da BHTrans, Célio Freitas, já adianta que itens como uso de capacete e a circulação nas calçadas precisam ser debatidos em conjunto com outras regras, como velocidade e região da cidade em que o patinete deve ser liberado.
Por meio de nota, divulgada neste domingo, a BHTrans informou que o uso das patinetes “é regulamentado pela resolução do CONTRAN, 465/2013”. “A Empresa criou um grupo de trabalho que está elaborando uma regulamentação complementar que dispõe, principalmente, sobre as regras de circulação. O grupo tem a participação da BHTRANS, Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Saúde, e Secretaria Municipal de Política Urbana, entre outros”, afirmou.
Projeto vetado
Em 31 de julho, o projeto de lei que regulamenta os meios de transporte compartilhados em Belo Horizonte, como as patinetes elétricas e bicicletas, foi vetado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). O administrador municipal alegou que a matéria é inconstitucional. Autor do projeto, o vereador Gabriel Azevedo (PHS) utilizou as redes sociais para criticar a ação do prefeito. Segundo o parlamentar, a cidade perde com o veto.