A primavera vai começar exatamente às 4h50 do dia 23, mas as cores fortes da estação já dominam ruas, avenidas, praças, parques e, principalmente, estradas que unem a capital aos demais municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Como destaque na paisagem, pontifica o ipê-amarelo, árvore símbolo do Brasil e considerada por muita gente a de copa mais resplandecente. Este ano, a combinação de baixa umidade e frio deixou os ipês ainda mais bonitos, explica a bióloga com formação em botânica, Míriam Pimentel Mendonça, do Jardim Botânico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB).
Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo, os próximos 15 dias serão de sol e calor, favorecendo, portanto, a contemplação das árvores. A tendência, informa, é de queda da umidade relativa do ar, que, na quinta-feira, deverá estar abaixo de 20%, o que exige cuidado redobrado com a saúde. “Em São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, por exemplo, está em 17%”, disse Ruibran. A partir dos próximos dias, a tendência é aumento da temperatura em Belo Horizonte, batendo na casa dos 32 graus.
Beleza pura
Nesses tempos de incêndios florestais e céu coberto de cinza em muitas cidades, devido à fumaça resultante de queimadas, dá gosto ver o amarelo dos ipês tornando mais bonito a paisagem urbana. Com mestrado em ecologia, Míriam conta que há, no país, várias espécies do ipê-amarelo, que encontra solo fértil na mata atlântica, na floresta amazônica, cerrado e outras regiões.
“Amo os ipês-amarelos, não tem flor mais bonita no mundo”, declara sua paixão Rosana Paula Dias, que trabalha numa lanchonete no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH e mora no Conjunto Cristina, no distrito de São Benedito, em Santa Luzia. “Quando venho trabalhar, fico olhando a paisagem, da janela do ônibus, e isso me encanta. O ipê é perfeito. Acho até que deveria se chamar 'iperfeito'”, brinca a sorridente Rosana.
Em Belo Horizonte, predominam o ipê-roxo, chamado popularmente de rosa de bola, e o branco. Na Pampulha, há ruas que “explorem” nas tonalidades, deixando ainda mais especial o conjunto moderno reconhecido como Patrimônio da Humanidade. No caso específico do “rosa de boa”, Míriam alerta para a exploração, tendo em vista o uso da madeira para múltiplas finalidades. “Torna-se mais do que necessário a recuperação de áreas”, avisa a botânica, lembrando que o ipê-roxo ou rosa de bola não está na lista de árvores ameaçadas.
Em Belo Horizonte, predominam o ipê-roxo, chamado popularmente de rosa de bola, e o branco. Na Pampulha, há ruas que “explorem” nas tonalidades, deixando ainda mais especial o conjunto moderno reconhecido como Patrimônio da Humanidade. No caso específico do “rosa de boa”, Míriam alerta para a exploração, tendo em vista o uso da madeira para múltiplas finalidades. “Torna-se mais do que necessário a recuperação de áreas”, avisa a botânica, lembrando que o ipê-roxo ou rosa de bola não está na lista de árvores ameaçadas.
Em Minas, há 20 espécies diferentes de ipês – com incidência, em Belo Horizonte, dos amarelos, rosa, roxo e branco, que é o de floração mais efêmera. Nas estradas que ligam a capital às cidades vizinhas e comunidades rurais, é possível ver uma profusão dos espécimes amarelos, formando uma massa dourada que fica mais reluzente em dias ensolarados. Os moradores da metrópole também não precisam se queixar: basta simplesmente olhar para cima e admirar as copas das árvores ou ir até o alto de um prédio se encantar com as flores a poucos metros dos olhos.
Árvore protegida
O ipê-amarelo é uma espécie protegida, informam os técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Em Minas, há uma legislação específica que traz as regras para corte e compensação Trata-se da Lei Estadual 9.743/1988. Portanto, toda atenção é pouca diante de uma frondosa árvore dessa, que dá sombra, atrai passarinhos e embeleza a cidade.