Moradores de Brumadinho, na Região Central de Minas Gerais, fecharam uma estrada no Bairro Melo Franco, zona Rural do município em protesto contra o aumento da passagem e a precariedade do transporte na região. Durante a manifestação, o médico Ronaldo Miranda Batista Junior, que trabalha em uma UPA do município, tentou avançar o cerco e acelerou a caminhonete em direção a quatro manifestantes. Segundo a Polícia Militar de Brumadinho, ninguém ficou ferido.
Ronaldo tentou conversar com os populares e com a guarnição que estava acompanhando a manifestação. Ele alegou que precisava atender uma emergência na UPA. Os militares informaram que não poderiam liberar a pista, já que as negociações ainda estavam em andamento. Segundo ele, os moradores se exaltaram durante a conversa e pediram para que ele desse meia volta, nesse momento ele entrou dentro do carro e acelerou o veículo.
A PM chegou a perseguir o condutor, que parou a caminhonete à poucos metros. Ronaldo foi conduzido a delegacia por direção perigosa.
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Brumadinho lamentou o ocorrido. A Prefeitura informou que o médico não é servidor público efetivo do município, mas contratado como 3º clínico plantonista da UPA. O município acrescentou que irá solicitar a empresa pela qual o médico é contratado, que Ronaldo não atenda mais nas unidades de saúde de Brumadinho.
Entenda o caso
O Conselho Municipal de Transporte autorizou o aumento de 18% na tarifa dos ônibus do município a partir da próxima sexta-feira. O reajuste tarifário vai elevar a passagem das linhas da cidade que passarão de R$ 2,40 para R$ 2,83 e de R$ 5,25 para R$ 6,20.
Segundo o morador Weverton Juliano Rosa, de 32 anos, que participou das manifestações, o transporte na cidade é precário, com ônibus lotados devido ao aumento do fluxo de pessoas na cidade depois do crime ambiental que ocorreu em janeiro deste ano “A cidade cresceu e o transporte que já era arcaico não acompanhou o aumento da demanda, agora eles querem colocar um aumento em cima de um transporte que não tem qualidade nenhuma? A população está reivindicando a qualidade do transporte, se não tem qualidade, porquê do aumento?” questiona.
Para Weverton, a medida prejudica os moradores da região, “Nós tivemos que aceitar esse aumento goela abaixo, nós ficamos nos perguntando se as indenizações que os moradores receberam tem influência nesse aumento. Porque quando a indenização acabar se o preço continuar como está, nós não vamos ter como arcar com esses custos. Afirmou.
A Prefeitura de Brumadinho no entanto informou que não têm autonomia para definir o valor do aumento do transporte coletivo. Segundo a prefeitura nenhum reajuste acontecia desde janeiro de 2016, por este motivo o aumento de 18% foi autorizado. Em contrapartida, pelo aumento, foi solicitado a empresa que não houvesse nenhuma outra solicitação de reajuste de tarifas até dezembro de 2020 e que a empresa aumentasse o número de linhas e horários no quadro de atendimento.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira