"Trata-se de uma pena expressiva que confirma a gravidade dos fatos apurados durante investigação." Foi o que a delegada Elenice Cristine Batista disse durante a coletiva de imprensa sobre o homem de 44 anos preso nessa terça-feira por ter abusado sexualmente de cinco crianças, de 4 a 10 anos. Segundo a Polícia Civil, ele foi condenado a 136 anos e oito meses de prisão. O homem chegou ser preso, mas, por excesso de prazo, liberado. O nome dele não foi divulgado pelas autoridades.
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Além das duas irmãs, outras três garotinhas – outra sobrinha e duas vizinhas – foram abusadas pelo homem, que trabalhava como porteiro e morava no Bairro Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
"Elas frequentavam a residência dele e, em momentos que ele ficava sozinho com elas, praticava esses abusos. As vizinhas ficavam aos cuidados da esposa do autor enquanto as mães iam trabalhar," afirmou a investigadora.
Após praticar os abusos, o homem ameaçava as crianças. "Uma das vítimas disse à polícia que queria contar para os pais. Em resposta, ele empurrou a criança de uma escada.
O homem tem oito filhos. A esposa foi ouvida e negou que tinha conhecimento dos crimes. Porém, segundo a delegada, durante as investigações, foram ouvidas testemunhas que demonstravam que a esposa sabia dos fatos e, inclusive, havia relatado para outras pessoas.
Foi apurada pela polícia a hipótese de que o homem teria abusado de uma das próprias filhas: "durante as investigações foi levantada a possibilidade de vítimas e testemunhas de que ele teria abusado de outras crianças e, uma delas, seria filha. Porém, essa criança foi ouvida – em ambiente de escuta especializada com profissionais adequados – e negou esses fatos", disse a delegada.
Da liberação a prisão
Segundo a polícia, o criminoso foi preso em 2018, mas por questões legais de excesso de prazo permitido por lei, foi liberado.
Ela explicou que as regras processuais brasileiras determinam que se o autor não for condenado até um número determinado de dias, ele precisa ser colocado em liberdade. "Foi o que aconteceu. Teve o excesso de prazo durante o processo e ele foi colocado em liberdade em abril deste ano", acrescentou a delegada. Nesse período, ele levava uma "vida normal". Se mudou do bairro onde estuprava as crianças e foi encontrado em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Ele responde por estupro de vulnerável, exploração infantil, atos libidinosos e conjunção carnal.
A delegada ressaltou que não é tolerável esse tipo de delito e que essa prisão representa a importância no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. "Crianças que passam por abusos como esses sofrem reflexos na vida adulta", concluiu a delegada. .