Em pleno dia mais quente do ano, uma família de Belo Horizonte teve que retirar da cama uma idosa de 95 anos para levá-la para fazer a prova de vida em uma agência bancária. O procedimento é feito para o beneficiário receber o benefício do INSS. Mesmo agendando a visita domiciliar de um funcionário do órgão, a comprovação não foi feita, pois, segundo o filho da mulher, o documento de identidade dela não foi aceito, sob alegação de que “não correspondia à pessoa”.
O procedimento deve ser feito a cada 12 meses pelos beneficiários. Desde março, uma resolução do INSS, estabeleceu que pessoas acima de 60 anos podem agendar o atendimento em uma das agências do órgão. Já os beneficiários acima de 80 anos e as pessoas com dificuldade de locomoção, passaram a ter à disposição um servidor do INSS para que ele faça o procedimento na residência ou em outro local onde estiverem.
Aí vai um filho da puta do inss na casa da minha mãe e fala que a Identidade dela não bate com ela.
%u2014 Guido Cunha (@GuidoCunha13) September 12, 2019
O que temos que fazer?
Contratar uma ambulância e leva la até na caixa econômica federal para fazer prova de vida!!! pic.twitter.com/c8gQ7uYdqh
“O INSS abriu o serviço de agendamento com a ida do funcionário. Ele esteve lá em casa e olhou a identidade, que é mais antiga. Mesmo com a apresentação dos dados dos filhos, de contas e outros documentos de minha mãe, o funcionário afirmou o que a impressão não era de ser mesma pessoa”, explicou o empresário Wagner Luiz Cunha, de 67 anos.
Diante da recusa da comprovação, a família teve que alugar uma ambulância e levar a idosa até uma agência bancária. “Em um dia em que a temperatura chegou a 35°C, tivemos que fazer isso. Graças a Deus, o funcionário da Caixa foi bem educado e fez a prova de vida”, comentou. “Esta não foi a primeira vez que tivemos que fazer isso. Antes da possibilidade do agendamento, tivemos que fazer o mesmo. Temos condições de alugar uma ambulância, mas e as pessoas que não têm?”, questionou.
Posicionamento do INSS
Por meio de nota, o INSS informou que um servidor esteve, em duas ocasiões, na residência da segurada, para realizar a comprovação de vida. “Em decorrência do documento de identificação ser datado de 1980, não foi possível a confirmação inequívoca da identidade da beneficiária, o que é exigido pela legislação. Na ocasião, a família foi orientada a providenciar um novo documento, procedimento que evitaria a necessidade de deslocamento até a rede bancária, como ocorrido na tarde desta quinta-feira (12)”, afirmou.
Informações sobre a prova de vida e outros serviços previdenciários podem ser obtidas no Portal do INSS; na Central Telefônica 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h, e no Meu INSS, também disponível como aplicativo para celular.