Jornal Estado de Minas

Minas é o estado com o maior número de casos de dengue do país


Em meio ao avanço do sarampo, a dengue continua sendo um desafio para as autoridades de saúde. O aumento de casos prováveis – que englobam os suspeitos e confirmados – no país chega a 599% em 2019, em relação ao mesmo período do ano passado. A situação de Minas Gerais também é crítica, com alta de 471% de janeiro a agosto. O estado é o primeiro da lista com a maior incidência de casos por 100 mil habitantes, com taxa chegando a 2.239.

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Liderança também no número absoluto de casos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) aponta a densidade populacional do Aedes aegypti, devido as condições climáticas, o grande número de pessoas suscetíveis a doença, e a intensa circulação do sorotipo Denv2, como o motivo do avanço da enfermidade neste ano. Na tentativa de impedir a proliferação de casos, o Ministério da Saúde lançou a campanha para combater o vetor da moléstia antes do período chuvoso.


Os dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde. Minas Gerais aparece na frente com o maior número de casos. Até 26 de agosto, o estado registrou 471 mil casos prováveis. São Paulo vem em seguida com 437 mil registros, seguido de Goiás, com 108.079, Espírito Santo, com 59.318, Bahia, com 58.956. Em relação ao número de mortes, São Paulo está na frente, com 217 confirmações, e outras 90 ainda em investigação. Minas vem na sequência, com 135 óbitos e 117 em apuração.


Os números da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) são mais atualizados e mostram uma situação ainda pior. Até 9 de setembro, são 474,6 mil casos prováveis registrados. A incidência da dengue diminuiu bastante desde o início do ano. Mas, a situação não é para comemorar. Pelo contrário, é preciso ter ainda mais cuidado com a doença.

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A moléstia continua se espalhando por Minas Gerais. Há cinco meses, o estado registra o maior número de casos prováveis da história para o período. Somente entre a abril e agosto, foram 340.819 registro, o que corresponde a 71,7% do total de notificações do ano. Para se ter uma ideia, os registros dos últimos cinco meses só não são maiores do que três dos útlimos 10 anos inteiros.

Medidas devem ser tomadas


Por meio de nota, a SES afirmou que alguns fatores favoreceram para o aumento da incidência de casos da doença, como a densidade populacional do mosquito Aedes aegypti, influenciada pelas condições climáticas, como temperatura, precipitação e umidade que favorecem o ciclo de reprodução do vetor; densidade da população humana suscetível; e intensidade de circulação do sorotipo DENV2. As epidemias anteriores no estado foram pelo sorotipo DENV1.


A pasta ressalta que a doença pode voltar com força no período chuvoso, caso medidas não sejam tomadas. “A dengue é uma doença sazonal, num contexto em que é esperado aumento no número de casos no período quente e chuvoso. Uma vez que a circulação do vetor se dá durante todo o ano, é importante ressaltar que as ações de controle e prevenção do Aedes em Minas Gerais são contínuas, estendendo-se durante todo o ano. Para operacionalização das ações de prevenção e controle para dengue, chikungunya e zika, é necessária a organização da rede de serviços de saúde, principalmente o fortalecimento da atenção primária, realização contínua do controle vetorial mecânico, ou seja, eliminação/manutenção dos criadouros, divulgação de informações e trabalho de educação em saúde para a população”, ressaltou.


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Convocação da população


O Ministério da Saúde adiantou as ações contra a dengue. Com o slogan "E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa por você”, a campanha foi lançada nesta quinta-feira. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, reforçou que este é o momento de fazer diferente e evitar o nascimento dos mosquitos no período de chuvas. “Se cada um tirar 10 minutos por semana, dentro da sua rotina, checar os locais onde o mosquito pode ter depositado ovos e que no contato com água possa nascer mosquitos. Olhar ralos, calhas, caixas d’agua, garrafas e suas tampas, pneus, e outros objetos pequenos que o mosquito tenha capacidade de colocar os ovos e ser um criadouro. Além de evitar a proliferação do mosquito também teremos um ambiente muito mais higiênico”, informou o secretário, ressaltando que os benefícios são diversos. “Desta forma a gente não protege somente a nossa casa, mas protegemos toda a nossa comunidade da circulação do mosquito”, finalizou o secretário.