O primeiro dia da 11ª edição do Festival Internacional I Love Jazz foi marcado por um encontro de gerações de músicos que encantaram o público na Praça do Papa, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O estilo musical norte-americano embalou neste sábado (14) a plateia, que foi convidada a dançar numa divertida gincana, na festa de entrada franca com atrações do país e do exterior, que continua hoje. “Há várias décadas estamos preocupados com o jazz. Quem vai continuar com essa tradição? Já estamos ficando com cabelos brancos. Eis que surge um grupo de jovens que adotou a linguagem de jazz tradicional. Não são músicas do tempo deles. Eles poderiam ser meus netos”, brinca o veterano Willie Anderson, da banda Paulistanea Swing Band, grupo que tocou ao lado dos jovens da Fizz Jazz, também de São Paulo. “Ficamos tranquilos, já que o bom o jazz está em boas maos”, comentou.
O casal Vanessa Moreira, de 50 anos, e José Roberto Breda, de 62, se sentou na grama para ouvir um bom jazz e tomar uma cervejinha. “Uma delícia. Já gosto muito da Praça do Papa e esta é a primeira vez que venho para o festival. Já recomendo”, afirmou Vanessa.
Organizador do festival e trompetista da banda mineira Happy Feet, Marcelo Costa conta que a programação está imperdível. “As bandas são todas excelentes. Destaco a Vale Música, uma iniciativa da mineradora Vale com crianças e adolescentes do Espírito Santo que formaram uma jazz band. São 27 músicos que tocam muito bem”, disse. Ele também cita Alma Thomas, cantora e compositora nova-iorquina radicada no Rio de Janeiro, que se apresentou com o grupo. “Passe protetor solar, tome bastante água e venha curtir os shows deste domingo com a gente”, acrescentou.
Outra convidada internacional deste ano é a americana Heather Thorn, percussionista e xilofonista, ao lado de sua banda Vivacity. Ela é conhecida pelos arranjos exclusivos para xilofone. O compositor e arranjador sueco Per Danielsson e seu quarteto também subiram na noite de sábado ao palco na praça.
Pista de dança para a plateia
Como nas edições anteriores do festival, as atrações começaram com um aulão de lindy hop, estilo de dança inspirado no jazz, criado no Harlem, nos Estados Unidos, nos anos 1920. A animação foi conduzida pelos dançarinos do grupo BeHoppers. A estudante de nutrição Mariana Veloso Santos, de 20, compareceu especialmemte para participar da oficina de dança. “É o terceiro ano que eu venho, eu gosto bastante. Não perco! Inclusive, passei a me interessar por jazz depois de vir pela primeira vez no festival”, contou a jovem. Ela celebrou o sol da tarde de ontem. “Nos anos anteriores, peguei chuva. Hoje, o clima está ótimo”.
Renan Gueiros, de 26, do BeHoppers, destacou o clima de descontração do festival. “Uma coisa legal é que dá um público muito diverso. É bem a cara da Praça do Papa. Temos os mais velhos e temos uma galera mais nova, que tem o primeiro contato com o estilo”, afirmou o dançarino, que destacou o encontro de gerações dos grupos paulistas no palco do primeiro dia do evento. “Esperamos por este evento o ano todo”, afirmou.
Público participou de “batalha de dança”
O público foi convidado a balançar o corpo, mexer a cintura e arrastar os pés em uma divertida “batalha de dança” na noite deste sábado. O público foi dividido em dois grupos, cada um acompanhado por um professor do BeHoppers. Encarregado de escolher a melhor performance de dança, o “júri” foi formado pela própria plateia. Mas, como os dois times “arrasaram” nos pés, ambas equipes foram premiadas. E não acabou! Neste domingo (15) tem mais batalha. E, quem quiser praticar antes o lindy hop, pode fazer a aula gratuita às 15h.
O estudante Mateus Oliveira, de 22, foi um dos que integrou a equipe apelidada de “I Love Lindy Hop”: “Foi uma delícia, muito divertido. Voltarei para o segundo round a batalha”, disse. A amiga dele, Marina Florentino, de 31, se divertiu muito. “Venho todos os anos e o evento está cada dia mais sensacional. Já conhecia o lindy hop, mas nunca tinha me arriscado. Foi demais”, completou.
O I Love Jazz nasceu para mostrar que o jazz tradicional é, em sua essência, popular. Para desmitificar o ritmo, considerado elitista e sofisticado, o festival promove apresentações gratuitas de jazz tradicional em locais públicos. O encontro também aproximar os jovens da essência do estilo musical, que podem acompanhar artistas nacionais e internacionais que levam aos palcos uma mistura dos estilos das décadas de 1920, 1930 e 1940.
Programação deste domingo (15)
15h Aula de lindy hop com BeHoppers
16h Outro Gato Gypsy Jazz (MG)
17h30 Evan Megaro Quartet (EUA)
18h45 Batalha de dança
19h Per Danielsson Quartet (Suécia)
20h30 Happy Feet Big Band (MG)
Praça do Papa, Mangabeiras. Entrada franca.
Praça do Papa, Mangabeiras. Entrada franca.