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Estado de Minas

Show de rock destina 75% da renda para refugiados em BH

Idealizado por jovem músico de 17 anos, Loyola Rock Festival Solidário vai direcionar a renda ao Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR-BH)


postado em 18/09/2019 17:24 / atualizado em 18/09/2019 18:24

Frederico ao lado dos pais, Francisco e Cláudia: boa ação é herança familiar (foto: Arquivo pessoal)
Frederico ao lado dos pais, Francisco e Cláudia: boa ação é herança familiar (foto: Arquivo pessoal)
A boa ação sempre esteve presente na vida da família do estudante do Colégio Loyola Frederico Madrona Scherer Haas, de 17 anos, que, desde cedo, via seus pais desenvolverem trabalhos sociais. “Essas ações me fizeram uma pessoa mais humana, com potencial de ajudar o próximo e capacidade para articular ações sociais”, conta. 

 

O pai de Frederico, Francisco Haas, diz que tanto ele quanto a mulher, Cláudia, ensinam o filho sobre a importância de ajudar os mais necessitados. “A boa ação de nosso filho vem de família e é reforçada pelo nosso círculo de amigos. Atuamos na organização de projetos sociais e socioambientais na Faculdade Dom Helder e na Escola de Engenharia de Minas. Somos militantes das boas causas sociais, culturais e ambientais”, diz Francisco.

 

A partir do histórico familiar, o estudante, que participa do grêmio estudantil, idealizou o Loyola Rock Festival Solidário, que será realizado nesta quinta-feira, e terá 75% da renda revertida ao Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR-BH).

 

O Loyola Rock Festival Solidário contará com a apresentação da banda que Frederico integra, a Banda Bomb. “Nunca organizei um evento assim. Já participei de outras atividades sociais de voluntariado que o Loyola propõe, como visitas ao Hospital Luxemburgo e a creches. Isso despertou em mim a vontade de ajudar mais gente de algum jeito. Daí, uni isso com a música, para fazer um evento em prol dos refugiados”, conta o estudante. 

Migrantes 

Diego José e Adriana Patrícia, que trabalham em Belo Horizonte como garçons, vieram da Venezuela e fazem parte do grupo que será beneficiado pelo festival. Quando chegaram ao Brasil, tiveram dificuldade em se adaptar e serem aceitos. “Éramos estudantes lá na Venezuela. Eu fazia orientação (counseling) e Adriana fazia biologia. Começamos a trabalhar um pouco antes de sair do país, eu, em 2015, e Adriana, no começo do 2016. Nos conhecemos trabalhando como garçons", relata Diego. 

 

Diego José e Adriana Patrícia vieram da Venezuela e fazem parte do grupo que será beneficiado com donativos(foto: Arquivo pessoal)
Diego José e Adriana Patrícia vieram da Venezuela e fazem parte do grupo que será beneficiado com donativos (foto: Arquivo pessoal)
Segundo ele, a decisão de vir para o Brasil foi tomada logo no início do relacionamento. "Não sabíamos nada de português. Para nos localizar, imprimi antes uns mapas de Boa Vista. Adriana trouxe seu currículo musical e marcamos, nos mapas, as escolas de música da cidade. A ideia era pedir o refúgio, tirar a carteira de trabalho e começar a trabalhar logo. Quando chegamos, soubemos que não seria tão fácil assim”, lembra Diego. 

 

Para o venezuelano, além de promover o bem, a ação de Frederico é uma oportunidade de integração cultural. "Acho que pode ser o começo de uma mistura bem interessante entre culturas. O momento que estamos vivendo na Venezuela pode ser marcado como a primeira grande migração na América Latina. É preciso mostrar que, nós, migrantes, somos pessoas de bem, de respeito, de força. Mostrar que temos uma história fora da condição migrante”, finaliza.

 

Serviço:

 

Loyola Rock Festival Solidário

Quinta-feira,19 de setembro

A partir das 18h

Ingressos: https://www.sympla.com.br/loyola-rock-festival-solidario__608437.


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