Depois de anunciar um protesto em frente à Cidade Administrativa, a partir das 14h desta quinta-feira, os agentes de segurança pública recuaram e cancelaram a nova mobilização. A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira, depois de reunião com a participação de deputados e entidades. O anúncio inicial tinha sido feito na última segunda-feira, também em frente à sede do governo de Minas, logo após uma negociação entre secretários e líderes da categoria.
Leia Mais
Agentes da segurança pública rejeitam proposta e prometem nova mobilizaçãoApós protesto, governo vai divulgar cronograma de reposição do pagamento de agentes de segurançaAgentes de segurança protestam por reajuste salarial na Cidade AdministrativaGoverno de Minas sinaliza escala para 13º da segurança; categoria mantém manifestaçãoAgentes da segurança pública marcam data para 'resposta final' do governo“A outra ala vai cancelar (a movimentação desta quinta-feira), pois também não está tendo adesão. Porque, francamente, qual seria o objetivo? Não tem motivo. O Romeu Zema disse que vai negociar, aí teríamos que esperar. A princípio, o movimento independente suspendeu as atividades de rua até novembro, porque o governo, por meio do Otto Levy, que é o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, se comprometeu a continuar o diálogo”, disse o tenente-coronel da reserva da Polícia Militar, Domingos de Mendonça. Ele é coordenador do movimento independente em defesa dos operadores da segurança pública.
Deputados e entidades confirmaram que não iriam à porta da Cidade Administrativa somente na tarde desta quarta-feira, depois de reunião na própria sede do governo. Segundo o movimento independente, a mobilização desta quinta-feira aconteceria somente por parte desse grupo.
“Estamos recuando sobre a manifestação de amanhã (quinta-feira) sim, tendo em vista que o governo deixou claro que abriu negociação. Conversamos e achamos melhor dar esse respiro, já que a movimentação de segunda envolveu muita gente. Mas, diante disso, às 8h de 7 de outubro, tentaremos uma reunião com o governo para avançar nas negociações visando melhorias para a categoria. Tentaremos antecipar pelo menos o pagamento das perdas inflacionárias de setembro de 2020 para março, além de buscar uma definição do índice a ser pago em cada situação”, disse o vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), sargento Bahia, logo após a reunião.
O governo de Minas reconhece as perdas salariais acumuladas entre janeiro de 2015 e agosto de 2019, no percentual de 28,82%. O Executivo informou ainda que assume o compromisso de recompor as perdas inflacionárias apuradas entre setembro de 2019 e dezembro de 2022. O pagamento começaria em setembro de 2020, e iria até março de 2023.
Otto Levy, que participou da reunião da última segunda-feira junto de Bilac Pinto, secretário de Governo de Zema, cobrou união por parte da categoria e também compreensão pelo trabalho que está sendo feito pelo poder público.
“A proposta desagradou mais porque não conseguimos soltar o índice. Isso está inicialmente planejado para o início do ano que vem. O que peço a toda categoria, independente de qual movimento cada um pertença, é que confie no governo, cumprimos o que prometemos. Não vamos soltar um índice ridículo, estamos fazendo um apelo ao bom senso, ao diálogo. Estamos abertos, mas não adianta pedirem o impossível. Agora, qualquer manifestação fugiria da razoabilidade. As forças são um orgulho para Minas e, juntas, deveriam entender isso”, disse Levy.
.