Jornal Estado de Minas

Flores e homenagem ao rinoceronte: como zoo de BH preparou recepção da primavera

- Foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press

Véspera de primavera, dia de celebrar a vida – vegetal e animal. E ontem, ao lado das flores que já marcam a chegada da estação em diversos pontos de BH, quem roubou a cena foi uma representante da fauna. No Dia Mundial do Rinoceronte, a fêmea Luna, de 49 anos, 47 deles em Belo Horizonte, “desfilou” pelo seu recinto na Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), na Pampulha, levando a alegria – e um pouquinho de medo, é verdade – a crianças e adultos que aproveitaram o domingo quente para passear ao ar livre e espantar o calor. Além de se deitar à sombra de uma árvore, o mamífero se alimentou bastante e ainda recebeu cuidados da equipe de veterinária diante dos visitantes, para tratamento de um conjuntivite crônica.

 

Mas as flores, em profusão, ganham destaque no Jardim Botânico da Fundação Zoobotânica, e atraíram a atenção do casal Jário Souza Lima e Thaís Moreira de Oliveira Lima, que veio de Ibirité, na Região Metropolitana de BH (RMBH), com os filhos Gabriel Donato, de 5 anos, e Lavínia, de 1 ano e meio. A primeira parada da família foi perto dos canteiros Cores e Flores, com harmonização de variedades da flora mineira. “Esta é a primeira vez que trazemos a Lavínia. O Gabriel já conhece”, contou o papai, supervisor de manutenção, ao gerente do Jardim Zoológico, o biólogo Humberto Mello, que estava perto do canteiro e participou, em seguida, das atividades com Luna.

 

Mello explicou que, por serem nativos de áreas de clima semelhante ao de BH, os animais do zoo de BH, tanto os exóticos quanto os silvestres, não precisam de alimentação especial no verão. “Não temos ursos, nem pinguins”, lembrou, embora picolés de carne ou de frutas façam parte da dieta de muitos bichos, como os elefantes, durante todo o ano.

“O cerrado é parecido com a savana africana, tanto que, em inglês, nosso bioma se traduz por Brazilian savannah”, disse o gerente.

 

Extinção


Jário Souza Lima com a esposa Thaís e os filhos Gabriel e Lavínia - Foto: Edésio Ferreira/EM/DA PressInstituído pelo Fundo Mundial da Natureza (WWF, na sigla em inglês) da África do Sul, a fim de chamar a atenção para uma das espécies africanas ameaçadas de extinção, o Dia Mundial do Rinoceronte teve atividades especiais no Zoológico. A partir das 10h, a bióloga Rizzia Dias Botelho, da Gerência de Educação Ambiental da Fundação Zoobotânica, falou sobre a espécie de rinoceronte-branco, que, de branco, não tem nada – o nome decorre de uma confusão em inglês para uma palavra africana. “Na verdade, a característica do animal é a mandíbula larga”, disse Rizzia, que separou grupos de 10 pessoas para visita à área de manejo do bichão. “Mais do que celebração, a data pede reflexão”, observou a bióloga, já que caçadores ainda sacrificam o animal, na África e Ásia, para retirar, cruelmente, o chifre ou corno, com valor de mercado pela fama de ter propriedades afrodisíacas.

 

Ao chamado da estagiária da equipe de veterinária, Thaís Maciel, Luna se levantou e caminhou, postando-se ao lado da grade de proteção. Ao simples movimento do bicho, que pode pesar até 3,5 toneladas, o pequeno Jonas Gabriel, de 2 anos, então no colo do pai Wesley Henrique da Silva, serralheiro, se assustou. Com cara de medo, se agarrou no pescoço do pai, para, na sequência, relaxado, curtir a oportunidade única para visitantes.

 

Vindo de moto de Pedro Leopoldo (RMBH) para conhecer o zoológico, o casal Johnny Stelet de Assis e Josiane Fernanda da Silva Stelet se surpreendeu ao saber do Dia Mundial do Rinoceronte. Depois de ler a placa com os dados técnicos sobre Luna, Josiane disse que seria “mais legal” que o animal estivesse em seu hábitat, mas o marido lembrou que, se estivesse na África ou Ásia, seria impossível vê-lo de perto.

A fêmea saiu da natureza para um zoológico da Alemanha e chegou a BH com 2 anos, em 1972. 

Olho no calendário 



A primavera começou oficialmente hoje, às 4h50 e a esperada chuva, segundo os meteorologistas, só tem previsão de dar as caras a partir de quarta-feira na Região Metropolitana de BH.  A previsão é de uma estação muito quente entre o fim deste mês e o início de outubro, mas, para dar uma trégua, a temperatura caiu de 35 graus para 30 graus na tarde de ontem, com umidade relativa do ar na casa dos 38% – bem melhor que o recorde negativo do ano, de 12%, registrado durante a última semana – informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)/5ºDisme. A tendência é de queda nos próximos dias. 

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