A Vale informou que fará obras de contenção nas barragens B3/B4 em Macacos, Forquilhas I, II, III e IV, em Itabirito, e Sul Superior em Barão de Cocais. As obras devem ficar prontas até fevereiro de 2020, prazo para que a população a jusante das barragens que foi retirada em medida de prevenção possa voltar para suas casas. A população que está em área que entre a barragem e os muros de contenção só poderá voltar depois de concluído o descomissionamento das barragens em prazo de até cinco anos. Em função dos riscos de rompimentos de barragens 1,2 mil pessoas foram retiradas de suas casas em Brumadinho, Barão de Cocais, Macacos e Itabirito.
A empresa ainda apresentou o Plano de Desenvolvimento de Territórios de Impactados nos três municípios. O plano foi detalhado nests terça (24) em entrevista coletiva. A Vale informou que, depois do rompimento em Brumadinho, foram apresentados dois balanços de ações de compensação. O primeiro feito em maio focou em Brumadinho. As ações implementadas objetivaram que o rejeito da barragem da Mina do Córrego do Feijão não continuasse contaminando o Rio Paraopeba.
Nesta terça foi apresentado o balanço sobre os territórios evacuados. "Em Brumadinho, falamos em reparação. Nos impactados, falamos em compensação", afirma Marcelo Klein, da Diretoria Especial de Reparação e Desenvolvimento. A Vale desenvolverá ações nos territórios baseados nos eixos mobilização/ empoderamento, geração de ideias e execução de projetos. Está previsto alocar R$ 190 milhões para desenvolver os planos nos próximos três anos. Não foi informado o valor que cada cidade receberá.
A Vale informou que pretende potencializar as vocações econômicas. Em Barão de Cocais, o plano prevê capacitação de empreendedores, limpeza e desassoreamento do rio São João, equipagem de hospitais, estruturação do ecoturismo. Em Itabirito, as ações preveem construção academia ao ar livre, reformas de bens e equipamentos públicos, como as igrejas do Baçao e Engenheiro Correia. Em Macacos, as ações objetivam incentivam o turismo local.
A Vale anunciou ainda obras de contenção para as três barragens entre janeiro e fevereiro de 2020. As três barragens fazem parte do pacote para descaracterização de nove barragens com nível de segurança 3 orçado em R$ 7,1 bilhões. Desse total, será destinado R$ 1,5 bilhão para as obras de contenção das três comunidades. O prazo para descaracteizar as barragens é de três a cinco anos. Como as obras trazem transtornos, será necessário desenvolver ações que mitiguem os efeitos das obras, como desenvolver acessos exclusivos para reduzir o tráfego de caminhões pesados, ações permanentes de controle de ruídos e poeiras.
A Vale pagou até o momento 1 mil indenizações na área civil e 1,2 mil na área trabalhista. Até o momento, 250 pessoas vivem em moradias provisórias e 1,2 mil foram retiradas de suas casas.