Jornal Estado de Minas

Suspeito de matar e ocultar corpo de mulher em Nova Lima é preso na Bahia após 6 anos

O corpo de Maria Cláudia ainda não foi localizado - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA PRESSSuspeito de ter matado a mulher Maria Cláudia Franco Pinto, de 26 anos, Rubens Santos Gomes, de 44,  foi conduzido hoje ao hangar da Polícia Civil de Minas Gerais, no Bairro Liberdade, na Região da Pampulha. O homem foi preso no município de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, a 750 quilômetros da cidade natal de Rubens e Maria Cláudia. Os dois se conheceram em Medeiros Neto, onde mantinham outros relacionamentos. O casal veio para o distrito de Água Limpa, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde, segundo testemunhas, Rubens mantinha um relacionamento abusivo e violento com a vítima. 

 

A polícia cumpriu mandado de prisão expedido contra Rubens desde 2015, quando se tornou foragido. O corpo de Maria Cláudia ainda não foi encontrado, mas todos os indícios apontam para a conclusão de que Rubens a matou de maneira violenta em 2013. Desde então, Maria Cláudia está desaparecida. Há seis anos, o sumiço foi comunicado à polícia por uma das amigas da vítima. Na época, o caso também foi denunciado pela mãe da jovem ao Ministério Público da Bahia.

"A família da vítima relatou que havia um histórico de violência. Rubens era ciumento e agressivo", relatou a delegada regional de Nova Lima, Valéria Decat. 

 

Os delegados Valéria Decat e Murillo Ribeiro - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA PRESS" Em 2013, a Polícia Civil recebeu a notícia do desaparecimento da vítima, por meio de uma amiga que procurou a delegacia de Polícia Civil do Jardim Canadá para informar o desaparecimento e, em razão disso, iniciamos as diligências objetivando localizá-la. A mãe da vítima, residente na Bahia, procurou o Ministério Público lá e informou da suspeita da vítima ter sido assassinada", conta a delegada.

 

Diante da denúncia do desaparecimento de Maria Cláudia e do histórico de violência cometida por Rubens, a polícia iniciou as investigações e chegou até a casa da irmã do suspeito, onde encontrou veículo com manchas de sangue e um brinco que teria sido usado por ela na noite em que desapareceu. Diante dos indícios, foi expedido mandado de prisão contra ele em 2015. Desde então, ele fugia da polícia. 

 

"A  Polícia Civil encontrou o veículo do suspeito, que teria sido utilizado no crime. Havia vestígios que a vítima teria ocupado o veículo com muita poeira, o que indica que veículo compareceu a zona rural, provavelmente onde a vítima tenha sido despejada", disse o delegado Murillo Ribeiro. A vítima diversas vezes buscou por ajuda.
Ela chegou a contar a parentes e até ao chefe que permanecia no relacionamento com Rubens, porque ele ameaçava matar a filha que ela teve com o antigo companheiro, anterior ao relacionamento com Rubens. "Ela relatava episódios de violência e agressão, mas tinha muito medo de denunciar", informou o delegado.

 

O paradeiro de Rubens foi dado pela família da vítima, que o viu em um réveillon em Medeiros Neto, também na Bahia. A Justiça da Bahia informou que ele respondia por uma agressão qualificada a outra mulher, que havia sido sua companheira antes de Maria Cláudia. "Diversas diligências foram realizadas em cooperação com a Polícia Civil da Bahia. Recentemente, chegou uma informação que ele estava em Livramento de Nossa Senhora, que fica a 750 quilômetros da cidade natal do autor e vítima, conseguimos cumprir o mandado", disse o delegado.

 

De acordo com o delegado, Rubens estava jurado de  morte em Medeiros Neto. O suspeito havia constituído outra família em Livramento, onde também abriu um pequeno bar, e vivia com a mulher e uma filha pequena. "Ele vivia com outra mulher que ficou muito surpresa, quando informamos o motivo da prisão e apresentamos o mandado. Ela não sabia de nada e ficou muito surpresa", afirmou o delegado.

Rubens não falou à imprensa sobre a motivação do crime. Disse que só falará em juízo. O depoimento dele é fundamental para que a polícia consiga localizar o corpo de Maria Cláudia.  Como a lei do feminicídio ainda não estava em vigência, Rubens responderá por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

 

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