Um professor de 65 anos ainda se recupera, emocionalmente, das agressões sofridas por ele dentro de uma sala de aula Escola Municipal Marlene Pereira Rancante, no Bairro Alípio de Melo, Região da Pampulha. Um estudante, de 12 anos, arremessou uma caixa de plástico na cabeça do docente, que precisou ser levado a um hospital. O educador afirma que sempre lutou contra episódios deste tipo e que repudia a violência.
Em entrevista, ele contou como tudo aconteceu na última quarta-feira. “Faltavam 15 minutos para encerramento da aula. Eu estava explicando o assunto no quadro, e esse jovem estava sentado próximo a saída da sala. Ele colocou a mochila nas costas e começou a circular dentro de sala”, contou. “Pedi a ele que se sentasse. Em ato contínuo, quando me virei para o quadro para explicar para os alunos, ele se valeu de uma caixa plástica e arremessou, bateu com a caixa na minha cabeça. Segundo meus alunos, por duas vezes”, completou.
Por causa da violência, o educador precisou de atendimento médico. “É uma vida inteira tentando evitar que isso aconteça. Eu repudio a violência em qualquer sentido”, desabafou, com os olhos marejados.
De acordo com a Polícia Civil, o adolescente, o professor e testemunhas foram ouvidos no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA- BH). Depois, foram encaminhadas para uma audiência com o Juiz. Como o caso corre em segredo de Justiça, mais detalhes não foram repassados.
Reunião
Nesta quinta-feira, a agressão e outros episódios de violência, foram tema de uma reunião. O encontro teve participação de professores e funcionários com uma equipe da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE). Diretora do Sindicato, Cláudia Lopes da Costa, disse que o encontro houve foi para ouvir os professores e fazer propostas. A reunião foi até o início desta tarde.Segundo ela, as principais são a contratação de mais um coordenador e repasse financeiro para que sejam realizadas reuniões pedagógicas. “Pelo que os professores relataram, já vem ocorrendo esse tipo de situação. Agressões verbais são frequentes e professores estão em um clima de ameaça mesmo, ficam trabalhando sem saber se serão agredidos ou não”, disse Cláudia.