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Os bloqueios feitos pela BHTrans seriam posicionados nas avenidas Cristiano Machado e Dom Pedro I. Caberia à Guarda Municipal fechar as ruas Padre Pedro Pinto, Doutor Álvaro Camargos, Antônio Ferreira da Cruz e Bernardo Ferreira da Cruz. A área bloqueada teria cerca de 190 mil metros quadrados (19 hectares), do tamanho estimado para o novo estádio para 47 mil torcedores do Atlético, no Bairro Califórnia.
Naquela oportunidade, além dos prejuízos, a 100 metros do estabelecimento morreram Cristina Pereira Matos, de 40, e sua filha, Sofia Pereira, de 6. Elas foram encontradas abraçadas dentro de um Palio. A mãe tinha um terço nas mãos.
“Vimos a BHTrans fazendo alguns bloqueios perto das ruas que descem da Avenida Dom Pedro I, mas foi só isso. Ninguém nos falou nada ou explicou nada. Acho que uma das primeiras coisas que deviam fazer seria avisar para quem vai ficar numa área fechada que isso vai acontecer”, comentou Amanda.
Entenda por que há tantas enchentes na Vilarinho
A convivência com as chuvas já mudou a rotina dos trabalhadores da oficina, que ao menor sinal de chuvas ficam a postos para se proteger, resguardar os equipamentos e bens do estabelecimento, além de evadir do local caso seja necessário. “Quando chove muito, os clientes entram em contato conosco perguntando se é seguro retirar seus carros. Fazemos contatos quando o nível das águas baixa para que tenham segurança”, explicou.
Tensão constante no Prado
Na Avenida Francisco Sá, Bairro Prado, Região Oeste de BH, não saíram as soluções de engenharia que já previram bacias de detenção, alargamento e até construção de drenagem paralela à do Córrego dos Pintos, responsável pelos alagamentos que trazem prejuízos.
No local, o plano de contingência que a reportagem teve acesso prevê sete pontos de controle de acesso, na Avenida Francisco Sá, e ruas Erê, dos Pampas e Ituiutaba. “Não teremos obras, então será mais transtorno. Mais prejuízos e vamos ter de passar a época das chuvas sob tensão, sem poder bobear com as chuvas”, lamentou o aposentado Carlos Roberto Papa, de 66.
A casa onde nasceu fica na Rua Jaceguara, uma das mais atingidas pelas enchentes da última década.
Simulados com moradores
As implementações dos bloqueios e mobilizações dos 27 planos de contingência para áreas de risco no período chuvoso contam com uma série de mecanismos para prever a chegada de tempestades e permitir ações imediatas. Nesse universo, Belo Horizonte recebe informações de satélites climáticos, radares meteorológicos e 52 estações hidrometeorológicas para acompanhar o nível dos córregos que podem inundar.Mas, sem um treinamento afinado das equipes que compõem o sistema de Defesa Civil (BHTrans, Bombeiros, Defesa Civil municipal e estadual, Guarda Municipal, polícias Militar e Civil, entre outros) e o envolvimento da comunidade, por mais que se antecipe um problema o seu combate poderia não ser efetivo.
Dois locais onde os simulados já ocorrem, segundo o subsecretário, são as áreas das avenidas Vilarinho e Tereza Cristina, que já apresentaram resposta satisfatória das equipes de bloqueio, desvio e atendimento.
Treinamentos recorrentes na Tereza Cristina
A que mais se destaca, por enquanto, é a região da Avenida Tereza Cristina, na Região Oeste de BH. Essa importante ligação entre o Anel Rodoviário e a Via Expressa segue ao longo do leito do Ribeirão Arrudas e apresenta diversos pontos de alagamento, como na sua confluência com o Córrego Ferrugem (Contagem) e o Córrego Bonsucesso (Oeste de BH)."A Tereza Cristina passa por treinamento pelo quarto ano consecutivo. É um processo gradativo e de evolução constante.
Com a morte de um casal de idosos de 86 anos, há 10 anos, a região da Avenida Prudente de Morais, sobretudo o acesso pela Rua Joaquim Murtinho, no Santo Antônio, Região Centro-Sul, entrou para o mapa das armadilhas fatais em dias de tempestade. No local, estão planejados bloqueios na Avenida do Contorno e Rua Paulo Afonso, segundo o planejamento a que a reportagem teve acesso. São locais onde, segundo comerciantes e moradores, a BHTrans já posiciona cones de interdição.
Já a região do entorno da Avenida Vilarinho contou apenas com um simulado, em 21 de setembro. “Na Vilarinho, foram cerca de 100 pessoas dos órgãos participantes. Preferimos não envolver ainda a comunidade em razão de as vias serem de trânsito rápido, o que exige um conhecimento e uma autoridade para essas intervenções serem efetivas e seguras. Mas, isso pode ocorrer no futuro, a cada ano aprendemos mais e buscamos aperfeiçoar o trabalho com os parceiros”, disse o subsecretário.
Valadão indica que os projetos de obras de drenagem para as avenidas Prudente de Morais e Francisco Sá já estão em elaboração na Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).