Poesia, literatura e cinema tomam conta esta semana de Montes Claros, no Norte de Minas. O Festival de Arte Contemporânea Psiu Poético vai até sábado, levando ao público, gratuitamente, espetáculos musicais, dança, teatro e exibições de filmes. O evento, feito na cidade há 33 anos, reúne poetas, escritores, produtores de cinema e outros “fazedores de arte” das diversas partes do país.
“O Psiu Poético sempre teve a dimensão de unir as diversas formas de arte, tendo a poesia como principal proposta, a espinha dorsal, mas envolvendo também o cinema, a dança, a música, as artes plásticas e as performances teatrais”, afirma o poeta Aroldo Pereira, coordenador do festival. As atividades estão concentradas no Centro Cultural Hermes de Paula, mas há programação também em espaços públicos, como o Mercado Municipal, rodoviária, escolas públicas de ensino fundamental e médio.
Estão previstas ainda palestra sobre livros adotados no vestibular seriado da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Aroldo Pereira ressalta que a programação se estende aos estudantes com o objetivo cativar e seduzir as crianças e adolescentes a conhecerem melhor e apreciar a poesia e a literatura. “O Psiu alcança pessoas de todas as idades. Recebemos crianças de 7, 8 e 9 anos nas atividades, promovendo também uma conexão com a juventude, sem perder de vista pessoas de 75 ou 80 anos”, diz o poeta coordenador do festival.
A edição 2019 do festival dá atenção especial ao cinema. “Montes Claros tem uma alma de cinema. A cidade revelou cineastas magníficos como Alberto Graça, Carlos Alberto Prates Correa e o produtor e ator Paulo Henrique Veloso Souto, que é um dos homenageados do Psiu deste ano. Além disso, na geração que retomou cinema nacional na década de 1990, também é de Montes Claros a Vânia Catani. Ela é considerada uma das maiores produtoras do cinema brasileiro na atualidade”, comenta.
Na última sexta-feira, na abertura do Psiucinema, foi exibido o filme “Província dos Lobos”, do produtor e cineasta Ronaldo Goc. Com 35 minutos de duração, o filme foi produzido e gravado na zona rural de Montes Claros, com a montagem do set de filmagens na comunidade de Cabeceiras. A obra retrata o sertão norte-mineiro no século 13 e a chegada da segunda geração de bandeirantes à região.
A produção contou com atores da cidade. Um deles é Aldo Pereira, que há anos, ministra um curso de formação de atores e encena peças de teatro no município. Os moradores de Cabeceiras participaram da produção como figurantes e cederam seus sítios, casas e cavalos para as gravações.