Jornal Estado de Minas

''Segundou'' em BH: multidão invade Praça da Estação para acompanhar show de Marília Mendonça

 

 

Um público digno de carnaval e uma segunda-feira diferente para o belo-horizontino: a cantora Marília Mendonça tirou a capital mineira da rotina na noite desta segunda-feira (7), em show “surpresa” e gratuito realizado na Praça da Estação, no Centro da cidade. O espetáculo faz parte da turnê itinerante “Todos os Cantos”, na qual a estrela da música sertaneja passa pelas capitais do Brasil apresentando músicas inéditas e também sucessos já consagrados no público. O evento, que também serviu como oportunidade para ambulantes, ficou marcado, ainda, pelo nó no trânsito de BH e por ocorrências policiais.


No caso de BH, Marília Mendonça apresentou aos fãs a música “Graveto”, composta por Edu Moura, Normani Pelegrini e Matheus di Pádua. Uma multidão, parte dela com acessórios com o nome da artista, se deslocou à Praça da Estação.


Ela pôde aprender, ao menos, o refrão da nova canção que foi repetido pela goiana várias vezes até o público se ambientar e soltar a voz.


As amigas Cecília Guimarães e Marina Soares, ambas de 27 anos, saíram do trabalho e foram direto para a Praça da Estação. “A gente esperava esse show há muito tempo e estávamos bastante ansiosas.

Essa música nova apresentada aqui hoje é a grande atração, porque não está disponível na internet. Ela é só sucesso! Adoro demais”, disse Marina, natural de Oliveira, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais.


Era tanta gente no cartão-postal do Centro de BH que o casal Nathalia Soares e Willy Winderson arrumou uma solução inusitada para acompanhar Marília Mendonça. Ele estacionou seu carro, um Volkswagen Voyage preto, na Avenida dos Andradas e subiu no veículo ao lado da namorada.


Dali, a dupla teve visão privilegiada do show, um verdadeiro “camarote” personalizado. Se o ingresso foi gratuito, o prejuízo deixado no teto do carro, no entanto, pesará no bolso de Willy.


Leonardo Vieira Pena, 33, levou uma acompanhante que chamava a atenção de quem passava pela Praça: a pequena Maria Beatriz, filha dele, de apenas 11 meses.


“Ela já está acostumada a vir.

Veio também no show do Djonga, que foi aqui na Praça da Estação. Ela curte junto da gente”, disse o homem, acompanhado, também, da esposa.


Obstáculos

 

Se o show, por um lado, representou a oportunidade de programação cultural para todas as camadas da população, muitas ocorrências policiais marcaram a noite na Praça da Estação.


Antes de Marília Mendonça subir ao palco, um homem foi esfaqueado por outro na Avenida dos Andradas, em um bar localizado na esquina da via com a Rua dos Caetés.


A vítima, segundo a Guarda Municipal, recebeu três facadas. Os guardas de plantão a levaram para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, enquanto o suspeito de cometer o crime foi preso e encaminhado à Central de Flagrantes (Ceflan) localizada no Bairro Floresta.


Em conversas com guardas municipais no local, a reportagem apurou que várias ocorrências de furto e roubo também foram registradas.


Antes do evento, um áudio circulou nas redes sociais. Nele, um homem não identificado ameaçava executar um arrastão na Praça da Estação. O ato, no entanto, não passou da intimidação.


Outra limitação aconteceu no trânsito da cidade.

Fechada em seus dois sentidos, a Avenida dos Andradas deixou de ser uma opção para quem passava pelo Centro, o que sobrecarregou o fluxo de veículos em outras vias próximas.

 

Na Avenida Amazonas, por exemplo, motociclistas ziguezagueavam em meio ao público que se deslocava rumo à Praça da Estação.


Durante o show, alguns carros e ônibus, mesmo com a interdição da Andradas, arriscavam passar pela avenida. O resultado era o esperado: trânsito completamente parado, além do risco de colisão com os pedestres.

 

Pessoas também passaram mal durante o evento e precisaram ser socorridas até o ponto de apoio ao público pela Guarda Municipal. A aglomeração do público pode ter ocasionado o problema. 

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