O choro ao voltar para o quarto demonstra a emoção de um encontro que aconteceu no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba. A pequena Maria Nicole, de 6 anos, chegou na unidade de saúde com seis meses, e lá passou a 'morar', devido ao tratamento de uma Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença degenerativa. Sem conhecer o mundo fora de lá, pela primeira vez, no último sábado, ela teve contato com um cachorro. “Foi tudo mágico. Foi maravilhoso. Minha filha ficou encantada. É a primeira vez na vida que teve contato com animal”, disse, emocionada, Shirlene Fernandes, 46 anos, mãe da menina.
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'Chico Mineiro': cachorro fica preso e faz a maior bagunça em loja no Sul de MinasMoradores de rua dispensam lua de mel por não ter onde deixar cachorrinhaBrigada de BH adota cachorro que caiu de parapentePadre de BH celebra missa com cachorro e vira notícia internacional“Eu, no dia, fiquei em êxtase. Não estava acreditando no que estava acontecendo. Foi emociante. Eu e todos que presenciaram a cena choraram. Um cachorro no hospital para visitar uma criança, uma criança especial.
A emoção de Maria se deve aos poucos contatos que teve fora do hospital. Ela foi internada com sete meses. Com um ano, foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal. A garota não consegue mexer os membros superiores e inferiores, e tem poucos movimentações faciais.
Expansão do projeto
Uma das idealizadoras do projeto, a pediatra Jussara Silva Lima, professora do departamento de pediatria e fundadora e coordenadora da Liga de Cuidados Paliativos em Pediatria, comemorou o encontro.
“Tem protocolos no mundo inteiro e estudos científicos que corroboram que os animais ajudam na progressão ou melhora clínica dos pacientes. Hoje tem locais que recebem visitações até de cavalos. A escolha desta criança foi por ela viver em cuidados paliativos há seis anos e sete meses. Ela manifestou desejo através das manifestações faciais para conhecer os animais”, contou.
Para ela, a visita dos animais leva um pouco de alegria aos pacientes e os familiares. “O objetivo é proporcionar a vivência, a experiência, e levar emoções para crianças enfermas.
Bombeiros querem a expansão
Nos próximos dias, deverá ser assinado um convênio técnico entre o Corpo de Bombeiros e o hospital, para que as visitas dos câes do canil da corporação aconteçam com mais frequência. A ideia é fazer ações como o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul fazem. “Descobrimos, que um major de lá, e que estava trabalhando nas buscas em Brumadinho, tem um projeto parecido. Acabamos abordando ele sobre o assunto e ele se dispôs a fazer uma capacitação com os militares daqui. Este treinamento é para poder adaptar os bombeiros e os cães ao ambiente hospitalar”, contou o tenente-coronel Anderson Passos, comandante do 8º Batalhão do Corpo de Bombeiros.
Para o comandante, as visitas farão bem para os pacientes, sendo que muitos deles estão há anos vivendo no hospital. “Muito chocante saber que tem crianças nestas condições. É possível que tenham até adultos em outros hospitais.