A defesa do Hudson Nunes de Freitas, de 22 anos, suspeito de abusar de pelo menos duas crianças que estudam no Colégio Magnum – Cidade Nova, teve acesso, nesta quarta-feira (9), ao inquérito da Polícia Civil sobre o caso.
Em entrevista ao Estado de Minas, o advogado Marciano Soares Andrade negou, mais uma vez, as acusações que pairam sobre o jovem. Alegação é muito fácil. Você chegar e falar uma coisa é muito simples. Quanto à competência da Polícia Civil para investigar, eu estou muito seguro. O desenrolar das investigações vai nos dizer a verdade”, disse o profissional do direito.
Em entrevista à reportagem na terça, Hudson também desmentiu as acusações dos pais e das crianças contra ele. “Estou passando por este momento difícil e delicado. Sendo acusado de uma coisa que não fiz. E quando isso acontece com pessoas como eu, de classe social baixa, por questão de cor e raça, gera comoção por parte da sociedade”, garantiu.
Investigação
A polícia já ouviu 33 pessoas ligadas ao caso, 15 delas durante o expediente desta quarta. Os trabalhos são conduzidos pela 2ª Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) de Belo Horizonte.
Estão entre as testemunhas alunos, pais e funcionários da escola. Diligências também foram realizadas fora da unidade policial. O depoimento do acusado, segundo a polícia, só acontecerá depois que todas as testemunhas foram ouvidas, portanto ainda não há data definida.
A apuração da polícia começou na última sexta-feira e as equipes seguem nas ruas em busca de mais informações.
Também vêm sendo realizadas escutas qualificadas das crianças. A instituição explica que, nessa abordagem, os menores são ouvidos por equipes multidisciplinares para evitar traumas ou revitimização (quando a criança ou o adolescente, vítimas de abuso sexual, são obrigados a reviver a violência, em função do próprio sistema judiciário e da persecução penal).
“Insta ressaltar que, como se tratam de depoimentos de crianças, os trabalhos demandam mais tempo, podendo durar horas”, informou a Polícia Civil por meio de nota divulgada à imprensa ontem.
Colégio Magnum
Em posicionamento dado à imprensa nesta quarta, o Colégio Magnum disse que “tem tomado todas as providências necessárias para auxiliar na apuração” e que continuará sem expor nomes e “dando assistência jurídica e psicológica para todos os envolvidos”.
A instituição ainda reafirmou que a demissão do suspeito Hudson teve como objetivo “preservar a integridade de todos os envolvidos e a transparência da apuração do caso”.
A escola também ressaltou a dedicação da polícia para investigar a situação.