Pais reclamam de conteúdo partidário em uma prova do 2º ano do ensino médio do Colégio Loyola, em Belo Horizonte, e escola anula exame. As reações foram por causa de textos do ator e escritor Gregório Duvivier e do cientista político Mathias Alencastro, ambos colunistas do jornal Folha de S. Paulo, com críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). Elas constavam em prova de Língua Portuguesa aplicada na última segunda-feira.
A anulação ocorre no mesmo momento em que a Câmara Municipal de Belo Horizonte vive dias agitados com a tramitação de projeto de lei conhecido como Escola sem Partido, que proíbe professores de dar opiniões e visões políticas em sala de aula. Entre os objetivos da proposta, está a “neutralidade política, ideológico e religiosa”, além do impedimento da instituição de ensino abordar questões sobre a orientação sexual.
A prova do Loyola não pedia que alunos opinassem sobre os textos, mas que respondessem a questões fechadas relacionadas à língua portuguesa. As reclamações dos pais de alunos, que viralizaram nos grupos de WhatsApp, recaem principalmente sobre o texto do ator e escritor Gregório Duvivier, assumidamente contrário ao governo Bolsonaro.
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Apartidarismo
Uma mãe, que pediu anonimato, para preservar o filho, escreveu uma carta à direção para demonstrar sua “indignação”.
Em comunicado endereçado às famílias, o diretor do colégio, Juliano Oliveira, informa que a avaliação foi anulada e que a escola está levantando informações sobre o contexto da aplicação do exame para tomar providências cabíveis. Também reafirmou o “posicionamento apartidário” na condução do processo educativo.
Segundo o informe, o trabalho da escola tem como diretriz o documento “Abordagem de Temas Transversais para formação integral inaciana na escola básica”. “Esse documento tem como objetivo nortear o trato adequado de conteúdos em sala de aula, resguardando a qualidade acadêmico-pedagógica para além de qualquer posicionamento político e/ou ideológico”, explica.