O projeto de tratamento dos baixios do complexo de elevados da Lagoinha avança com a desocupação de uma das estruturas que abrigava mais moradores em situação de rua nos acessos ao Centro da capital. A Prefeitura de Belo Horizonte desocupou a porção inferior da Alça Oeste do Complexo da Lagoinha, também chamada de Viaduto Nansen Araújo, para dar início a intervenções, na mesma linha que havia sido adotada na Alça Leste, cujas obras foram concluídas em julho, sob críticas pela colocação de pedras pontiagudas, que impedem a permanência de pessoas sob as estruturas.
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Instalação de pedras sob viadutos de BH pode parar na JustiçaMovimentos ligados à população em situação de rua protestam contra instalação de pedras sob viadutosMais um 'tapete de pedras' sob viaduto de BH deve tirar 29 moradores de ruaHomem é preso por estuprar e matar morador de rua de 61 anos em IbiritéÁgua vaza na Via Expressa, interdita rua e suspende abastecimento na Região OesteMotorista perde controle de carreta e provoca engavetamento envolvendo 16 veículos na BR-381O projeto de assentamento de pedras, parte da intervenção feita pela prefeitura, despertou críticas de entidades que defendem os direitos da população em situação de rua. O início do projeto levou à convocação de audiência pública na Câmara de Belo Horizonte para tratar da iniciativa, que tem entre suas justificativas a intenção de evitar fogueiras nas bases dos elevados, que degradam as estruturas de concreto armado.
Também ocorreu protesto em frente à prefeitura. “Ao colocar as pedras, a arquitetura da cidade passa a mensagem de violência e exclusão. Quais as marcas que essas pedras passam? Pedra não é a solução”, afirmou a vereadora Bella Gonçalves (PSOL). As entidades defendem que a possível resolução do problema de situação de rua é a implementação de políticas públicas de moradia.
Nota
Em nota, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura esclareceu que as intervenções no Complexo da Lagoinha contemplam um tratamento urbanístico que inclui outros projetos e “não se restringem apenas à colocação de pedras”. O sistema de viadutos que dá acesso ao Centro é parte do Boulevard Arrudas, que, segundo a prefeitura, passa por tratamento urbanístico na área de abrangência do canal coberto do Ribeirão Arrudas. As intervenções incluem melhoria da iluminação pública, implantação de canteiros permeáveis, ajustes de calçadas, instalação de ciclovia, readequação do mobiliário urbano, criação de percursos ajardinados e passeios confortáveis e acessíveis para circulação de pedestres.
Informou ainda que está executando obras no Boulevard Arrudas, no trecho que compreende a avenida do Contorno entre as ruas Vinte e Um de Abril e Rio de Janeiro, o que inclui também o complexo viário formado pelas alças Leste e Oeste (parte antiga, também chamada de Nansen Araújo) do Complexo da Lagoinha. Estão sendo feitos serviços de urbanização, paisagismo, irrigação e iluminação. Os trabalhos começaram em abril, com previsão de término para o início do ano que vem. O investimento total é de aproximadamente R$ 5,7 milhões. No momento, não há programação de início de obras de tratamento urbanístico e paisagismo nos baixios de outros viadutos, segundo a PBH.