Jornal Estado de Minas

Assassino confesso de garota de programa em flat de BH disse que teve vontade de matar



O homem de 21 anos que é investigado pela Polícia Civil como autor do assassinato da jovem Agne Soares Figueiredo Dias, de 18 anos, confessou o crime, de acordo com a delegada Michelle Campos. André Carvalho Soares Pena disse que matou a vítima porque teve vontade de matar. Essa vontade já vinha, segundo o homem que está preso temporariamente por 30 dias, desde a morte do pai dele, que ocorreu há três anos. 





André disse que contratou um programa sexual com a vítima por um site na internet e se identificou normalmente na portaria do flat, que fica na Avenida Barão Homem de Melo, na noite da última segunda-feira, 14 de outubro. Enquanto os dois mantinham relação sexual, ele falou à garota de programa que iria matá-la, mas ela não acreditou, conforme a delegada.

O assassinato, então, começou a ser consumado naquele momento, ainda na cama. “Ele contou que chegou a ficar com o dedo inchado de tanto apertar o pescoço dela”, afirma a responsável pelas investigações. Dali, André contou que arrastou o corpo de Agne para o banheiro e enrolou um fio da televisão do flat no pescoço dela, voltando a enforcar a vítima, para se certificar que ela realmente tinha morrido. "Ele relata que não foi para matar, que não tinha esse intuito, e que essa vontade veio durante o ato sexual", diz a delegada.

O autor do crime ainda passou uma toalha úmida pelo corpo da mulher para dificultar a identificação de suas digitais e pegou os documentos e o celular da vítima, para atrapalhar a investigação. Logo após o homicídio, ele pegou um táxi na porta do flat e seguiu para casa, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH.



Depois, pegou um ônibus para Curitiba, onde se hospedou em um hotel ao lado da rodoviária da cidade paranaense. Ao ver a repercussão do caso na mídia, entrou em contato com algumas pessoas e foi orientado a retornar e se apresentar à polícia.

Uma das situações que chama a atenção é que por mais que André tenha tentado dificultar a investigação com alguns expedientes como a toalha úmida e a retirada do celular e documentos de Agne, ele se identificou normalmente na portaria do flat, dando o nome e o número de seu RG.

Perfil do jovem


Os levantamentos iniciais da equipe comandada pela delegada Michelle Campos apontam que André é extremamente frio. Segundo a policial, quando questionado se tem algum arrependimento do crime ele disse que não. A Polícia Civil não informou a causa da morte do pai do jovem, evento apontado como gatilho para que ele começasse a ter a vontade de matar alguém dita em depoimento.



A delegada disse apenas que o pai de André não foi vítima de homicídio. O jovem é considerado de classe média e morava com a mãe e o padrasto no Bairro Santo Antônio, Centro-Sul de BH.

De acordo com a Polícia Civil, ele é estudante de ciências contábeis em uma faculdade particular de Belo Horizonte e prestava serviços a uma empresa de seguros. Pelo programa ele pagaria R$ 350, conforme a polícia.

Explicação sobre feminicídio


Em um primeiro momento, a Polícia Civil não entendeu que o caso possa ser enquadrado como feminicídio, porque não há elementos, até o momento, que comprovem o crime pela condição da vítima ser mulher. "A investigação ainda está no início, porque ao que tudo indica ele não matou pelo fato de ela ser mulher, mas já existia aquela vontade nele de matar uma pessoa e naquele momento a vontade se aflorou e ele resolveu executar aquela jovem", diz a delegada Michelle Campos

As investigações ainda prosseguem, principalmente para checar a versão dada pelo assassino confesso. A equipe policial ainda pretende ampliar o levantamento da vida pregressa de André e esmiuçar a vida da vítima, para ter certeza dos motivos que levaram ao crime. 

audima