Jornal Estado de Minas

Jovens de 20 a 29 anos são próximo alvo da campanha contra o sarampo

Com movimento fraco nos centros de saúde neste sábado, primeira fase do dia D de vacinação contra o sarampo, ficou para o mês que vem a expectativa de unidades lotadas. Isso porque a segunda etapa, que começará em 18 de novembro, vai ter como alvo o público de 20 a 29 anos, cuja cobertura vacinal está na casa dos 50%. Apesar de o percentual de crianças – público-alvo no momento – imunizadas ser maior, também está abaixo da meta preconizada no país. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou 16 casos de sarampo em Belo Horizonte.


Ao todo, BH registrou este ano 391 casos suspeitos, dos quais 119 foram descartados e 256 estão ainda em investigação. Entre os confirmados, seis foram contraídos na capital e o restante importado de outros lugares. Havia 22 anos que a cidade não registrava um caso autóctone. Em 2013, houve dois casos, ambos importados. Os centros ficaram abertos para atender especificamente crianças de 6 meses a 5 anos incompletos.
Essa fase da campanha vai até sexta-feira.

No Centro de Saúde Padre Tiago, no Bairro São José, Região Noroeste de BH, a busca ativa feita pelas equipes dos centros de saúde aos “faltosos” deu resultado. Na parte da manhã, apesar de todo o esquema montado para atrair a criançada – cama elástica, balões, balas e palhaços –, nenhuma criança precisou ser vacinada. Os poucos pais e responsáveis que compareceram foram mesmo para se certificar de que a caderneta de vacinação estava em dia.

Devido aos surtos no país, desde agosto as crianças de 6 a 11 meses também estão sendo imunizadas com a chamada dose zero. Em BH, cerca de 8 mil bebês já receberam a dose – 88% de cobertura. Os pequeninos dessa faixa etária devem tomar ainda outras duas doses, aos 12 e aos 15 meses. Entre as crianças de 1 ano, ela está em 90,8% (cerca de 18 mil). E na faixa de 2 a 4 anos, 91,5% (73 mil) já receberam a dose.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% dos públicos-alvo.

As crianças são consideradas as mais frágeis frente ao sarampo. “Elas têm maior risco de complicação pela doença, podendo ter pneumonia e otite e até morrer”, afirmou a gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Patrícia Merljak Pinto Toledo. Para ela, são vários os fatores que justificam a falta da vacinação em quem já deveria ter sido imunizado. “O Brasil ficou livre do sarampo por muitos anos. As pessoas não tinham mais o hábito de ver a doença e, quando ela não é presente, não veem a importância. Além disso, há o movimento antivacina e as fake news”, disse..