Seis meses depois, uma nova tragédia acontece no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Em abril deste ano, um avião de pequeno porte caiu na Rua Minerva e provocou a morte do piloto. Ontem, pela segunda vez, outra aeronave perdeu altura e colidiu com três carros a pouco mais de 50 metros de onde ocorreu o primeiro acidente, provocando a morte de três pessoas e deixando outras três em estado grave. Trata-se de uma tragédia anunciada que se repete, provocando medo e indignação em moradores, não só do Caiçara, mas de bairros próximos ao Aeroporto Carlos Prates.
Inaugurado em 1936, o aeroporto contabiliza outras quedas de aeronaves nas imediações. Ocorre que a densidade populacional na região só tem aumentado, elevando o risco de novos acidentes. Não há como ficar indiferente quando um avião sobrevoa próximo ao edifício em que você mora. Cada vez que eles passam, muitas vezes rentes ao prédio, um arrepio percorre o corpo. Não gosto nem de pensar no que pode acontecer. Até porque o bairro tem várias escolas infantis e uma subestação de energia da Cemig, que ficam na rota de passagem dos monomotores, elevando o grau de preocupação quanto a um acidente de grandes proporções.
Moradores do Caiçara se reuniram ontem à tarde e estão fazendo um abaixo-assinado para pedir a desativação do aeroporto, que coloca a vida de todos em risco. É preciso que a prefeitura e a Infraero ajam de forma responsável e encontrem outro local mais adequado para receber esses aviões de pequeno porte, tirando esta “bomba-relógio” de nossas cabeças.
Editora de suplementos do Estado de Minas – Moradora do Bairro Caiçara
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