Dar um destino correto a resíduos ainda é um problema enfrentado pela maioria das cidades em todo o país. Em Belo Horizonte, o sistema de coleta seletiva passará por mudanças. A Prefeitura está substituindo os chamados locais de entrega voluntária (LEVs) pelos Pontos Verdes, novos equipamentos, que prometem modernizar o serviço na cidade. Os primeiros equipamentos foram instalados, ontem, na Rua Érico Veríssimo, 1.428, no Bairro Rio Branco. Para resolver o problema recorrente de descarte inadequado de lixo nos contêineres para recicláveis, a autarquia aposta no trabalho educativo com a população.
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Hoje, a capital mineira conta com 62 contêineres dos chamados locais de entrega voluntária (LEVs). O sistema já não comporta a quantidade de lixo despejado pela população – boa parte de forma inadequada, e como consequência, não só os compartimentos ficam abarrotados de resíduos, mas também o entorno dos passeios onde eles estão instalados. Quem mora ou trabalha próximo a esses locais, muitas vezes, queixa-se da sujeira, do mau cheiro e da presença de animais.
A SLU planeja substituir todos esses contêineres e instalar novos pontos de recebimento até dezembro. No total, serão 78 pontos verdes espalhados pela cidade. “Em alguns locais não foi possível manter o sistema, seja por demanda da população ou porque o local não tem as condições adequadas para sua instalação”, afirma. Cada contêiner, com capacidade para 3.200 litros, terá abertura voltada para o passeio, e será lacrado. Dessa forma, o material depositado só poderá ser retirado pela SLU. “Com isso, os recicláveis ficarão bem acondicionados, evitando o espalhamento dos materiais por catadores de lixo, por exemplo”, afirma Ana Paula.
Para resolver o problema do descarte inadequado de lixo nos contêineres para recicláveis, a SLU afirma ter planejado um cronograma educativo com os moradores do entorno. “Espalhamos cartazes no comércio, faremos visita de porta em porta para apresentar o novo equipamento e dar orientações sobre como destinar corretamente os recicláveis”, conta.
As mudanças, segundo ela, foram apresentadas para as comunidades e parceiros da coleta seletiva em 24 de setembro, durante um seminário na sede da Prefeitura, que reuniu líderes comunitários, ambientalistas, representantes de associações comunitárias e de cooperativas de recicláveis, entre outros. “Fizemos um mapeamento de parceiros, entre eles escolas, igrejas e associações comunitárias no entorno de onde serão instalados os equipamentos para que eles possam reforçar a nossa campanha educativa”, conta. “Estamos fazendo um trabalho bem integrado com essa rede de parceiros para aumentar a adesão da população ao projeto”, complementa.
O processo de recolhimento dos recicláveis também terá modificações. A retirada dos resíduos será feita de forma automatizada, por caminhões coletores de carga lateral. “O processo será realizado pelo próprio motorista que, de sua cabine, acionará os comandos para o encaixe do caminhão ao contêiner e o descarregamento no interior do veículo”, explica Ana Paula. Cada caminhão tem capacidade para transportar até cinco toneladas. “Estamos saindo da entrega manual, que já estava bastante depredada, para um sistema totalmente automatizado”, afirma. Até o final de 2020, o serviço será ampliado com a instalação de novos 200 pontos verdes, aumentando em mais de três vezes o número atual, de acordo com a SLU.
Além disso, a autarquia afirma que o serviço de coleta domiciliar não sofrerá alterações. O recolhimento é feito pelas associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Elas foram contratadas pela Superintendência e estão sendo remuneradas pela autarquia, que também cedeu seis caminhões compactadores para a atividade. A SLU continua sendo a responsável pelo planejamento e pela fiscalização do serviço, mas a mão de obra está a cargo das cooperativas. Todo material recolhido na coleta seletiva da cidade é doado para as seis associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, integrantes do Fórum Municipal Lixo e Cidadania de BH.
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