Dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quarta-feira (23) mostram como o sarampo vem se espalhando rapidamente no território mineiro. Em apenas uma semana, o número de doentes em Minas Gerais cresceu 45%, saindo de 51 para 74 diagnósticos positivos, desde o início do ano.
Situação que pode ser ainda pior, já que há 460 outros casos sendo analisados pela pasta. Só na última semana foram 115 novas notificações, já que no relatório divulgado na semana passada eram 368 casos em investigação.
Os dados da Secretaria mostram também que já são 229 municípios com casos notificados da doença. Ou seja, mais de 26% do território mineiro. Em setembro, o estado tinha apenas 13 casos confirmados, sendo quatro registrados no primeiro semestre. De lá, para cá, os diagnósticos são quase quatro vezes maior.
Uberlândia é a cidade com o maior número de casos confirmados, segundo a SES. Ao todo, foram 20 pessoas diagnosticadas com a doença. A capital mineira vem logo em seguida com 18 casos confirmados.
A preocupação maior são com os casos autóctones – quando a transmissão ocorre dentro do território – o que não acontecia há 20 anos. Ao menos quatro casos foram identificados, em Betim e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e Unaí, na Região Noroeste. O que indica que o vírus já circula dentro do território mineiro.
Crianças e jovens em risco
A forma mais eficaz de se proteger da doença é por meio da vacinação. Doses estão disponíveis, gratuitamente, em todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). A campanha está em andamento tendo como prioridade a imunização de crianças de seis meses a até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Com movimento fraco nos centros de saúde no último sábado (19), primeira fase do dia D de vacinação contra o sarampo, ficou para o mês que vem a expectativa de unidades lotadas. Isso porque a segunda etapa, que começará em 18 de novembro, vai ter como alvo o público de 20 a 29 anos, cuja cobertura vacinal está na casa dos 50%. Apesar de o percentual de crianças – público-alvo no momento – imunizadas ser maior, também está abaixo da meta preconizada no país.
(Com informações de João Henrique do Vale).