Recém-prejudicada pelos cortes de orçamento do Ministério da Educação, que meses depois desistiu do contingenciamento, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) continua protagonizando avanços para ciência. Desta vez, o trabalho do professor Fernando Brandão, que deu aulas no Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da instituição, foi reconhecido pela American Physical Society.
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A área estudada por Brandão se volta à possibilidade de construção de computadores capazes de resolver problemas complexos, como quebra de sistemas avançados de criptografia. Tudo usando a física quântica, isto é, a pesquisa do comportamento das partículas minúsculas, como átomos elétrons.
Esses equipamentos são capazes de realizar, rapidamente, cálculos imensos, que as máquinas convencionais demorariam mais de 10 mil anos para solucionar.
Os estudos do ex-professor da Federal contribuíram para o Google desenvolver o primeiro computador quântico do planeta: o Sycamore (veja vídeo abaixo).
A tecnologia desenvolvida com a ajuda do mineiro premiado solucionou, em apenas 200 segundos, um problema que levaria 10 mil anos para os computadores atuais resolverem.
A novidade da Google foi divulgada nesta quarta-feira (23).
Currículo
Fernando Brandão se graduou em 2004 na UFMG. Logo depois, em 2005, concluiu mestrado em Física também na Federal mineira. Depois, deu continuidade ao seu desenvolvimento acadêmico no Imperial College of Science, Technology and Medicine, em Londres, onde terminou o doutorado em 2008.
Realizou, ainda, dois pós-doutorados: o primeiro concluído em 2010, também em Londres; e o segundo em 2011, novamente na UFMG.
Hoje, Fernando Brandão dá aulas Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos. Também é pesquisador da gigante do comércio eletrônico Amazon.
O pai de Fernando, Jacyntho Brandão, também é ligado à UFMG. Ele dá aulas de Língua e Literatura Grega na Faculdade de Letras da Federal.
Por meio da rede social Facebook, Jacyntho comemorou a conquista do filho. “Fernando Brandão foi aluno de graduação e de mestrado da UFMG. Foi também professor do ICEx. E, pra quem não sabe... é meu filho”, disse, orgulhoso, sobre a conquista de Fernando nos EUA.