A primeira vez ninguém esquece – ainda mais se for “em algum lugar além do arco-íris”, na magia da sétima arte e no charme da moda. Pois foi nesse clima todo, como manda o figurino, que as amigas Marlene Alípio, de 75 anos, e Maria José de Melo, de 61, moradoras de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pisaram pela primeira vez numa sala de cinema. A estreia das duas foi na tarde de ontem, numa sala de exibição especialmente montada no Centro de Convenções Expominas, na capital, que sedia até hoje a 25ª edição do Minas Trend, o principal salão de negócios da indústria da moda. Em cartaz, o clássico O Mágico de Oz.
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Brumadinho: 9 meses depois, busca corre contra o tempo para evitar risco da chuvaAula "diferentona" promete ajudar alunos a tirar nota máxima na redação do EnemMPF quer audiência pública da Anac sobre o Aeroporto Carlos Prates e não descarta fechamento do terminal“Cinema e moda estão ligados. Você olha a roupa de um personagem do filme, como o Homem de Lata, de O Mágico de Oz, ou o sapatinho vermelho da Dorothy, e entende que complementam a narrativa”, explicou Clarisse Santos Elias, integrante da equipe de responsabilidade social do Sesi. “Nosso objetivo é também formar plateias, fazer com que as pessoas criem o hábito de ir ao cinema, ao teatro. Esse pensamento está dentro do tema do Minas Trend deste ano, Tecendo futuros.” O projeto, que inclui ainda cinema, oficina e teatro, ocorre paralelamente em Ouro Preto, na Região Central, Tiradentes, no Campo das Vertentes e Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Para hoje estão programados os longas O menino maluquinho (nacional) e O diabo veste Prada. Já na manhã de ontem, foi exibido Alice no país das maravilhas. “Cada filme tem um público com faixa etária diferente”, disse Clarisse. No total, o programa deverá atingir cerca de 2,5 mil pessoas, em quatro sessões, e o passeio inclui ainda transporte e, claro, a pipoca. A iniciativa contemplou, na maioria, crianças, jovens e adultos que nunca tinham ido ao cinema.
Voz da arte
A versão de O Mágico de Oz (1939) tem Judy Garland no papel da menina Dorothy, que eternizou a música Somewhere over the rainbow (Em algum lugar além do arco-íris) e jamais perdeu o brilho com o passar dos anos. Tão logo a atriz começou a cantar, olhos e ouvidos ficaram atentos. Com o saquinho de pipoca distribuído na entrada, um grupo de estudantes da Escola Estadual Amélia Josefina Kessen, do Bairro Nova Suíssa, na Região Oeste, não despregou os olhos da tela.
Já um trio feminino conhecia a magia da “sétima arte”, mas gostou e pediu bis, ao lado da professora Sheila Marinho, que destacou a oportunidade de a garotada do 1º ao 9º ano sair da sala de aula e interagir. Eloá Iasmim viu no passeio a chance de se divertir com os coleguinhas, a exemplo de Julie Gonçalves da Silva e Maria Heloísa Azevedo de Assis, todas de 10 anos. “É bem melhor do que televisão”, comparou Maria Heloísa, sem piscar diante da história de Dorothy e do cãozinho Totó, que são levados à terra mágica de Oz, quando um ciclone passa pela fazenda dos avós da menina no Kansas, Estados Unidos.
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