Jornal Estado de Minas

Desastre repetido: pela segunda vez em três anos, despejo de amônia causa mortandade de peixes no Rio Paraopeba

 

Como se não bastasse os danos causados pela tragédia de Brumadinho, ocorrida em janeiro deste ano, o Rio Paraopeba volta a ser alvo de desastres ambientais e da irresponsabilidade humana. Desta vez, o despejo irregular de amônia no Rio Betim, que deságua no Paraopeba, causa a morte de diversos animais que dependem do curso d'água para sobreviver.






A descoberta foi feita por equipe técnica do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental de Juatuba (Codema). O órgão vai acionar a Promotoria de Justiça de Betim para que o Ministério Público protocole uma ação judicial contra a empresa responsável pelo descarte irregular.


De acordo com Heleno Maia, presidente do Codema, a entidade de Juatuba não poderá agir no caso, já que o despejo da amônio aconteceu em Betim. Por isso, a necessidade de repassar o caso à promotoria da cidade da Grande BH.


Segundo o Codema, em Juatuba, estão morrendo cágados, cascudos, lambaris, curimatãs e mandis. Moradores que residem próximo ao leito do rio já começaram a reclamar do mau cheiro. “Quando entra em decomposição, causa um mau cheiro horrível. E são peixes grandes e muito resistentes”, explicou Heleno Maia.






A pesca está proibida no Paraopeba desde o rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho. Ainda assim, alguns piscicultores insistem na prática.


Com o desastre ocorrida nesta semana, os peixes do curso d'água ficaram ainda mais contaminados. Heleno Maia, do Codema, faz o alerta para que a população evite comprar animais oriundos do rio.


Tragédia repetida


Em 2017, outro caso parecido causou morte de peixes e prejuízos à saúde do Rio Paraopeba. Na época, uma operação com integrantes de órgão de fiscalização ambiental de Juatuba, Betim e do estado, incluindo a Polícia Militar de Meio Ambiente, detectaram que lançamento de amônia poluiu severamente o manancial.






Na ocasião, o derramamento também aconteceu no Rio Betim. Um pescador alertou o Codema do problema, depois que viu vários peixes mortos na superfície do Paraopeba.


O Paraopeba nasce no município de Cristiano Otoni, na Região Central do estado, e deságua na represa de Três Marias, na altura da cidade de Felixlândia, também no Centro de Minas Gerais.

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