Projeto errado causa atraso de 9 meses na Avenida Vilarinho; obras começam em abril

A Prefeitura de Belo Horizonte fez balanço da primeira semana do período chuvoso, quando ocorreram inundações e enchentes na Avenida Tereza Cristina e interdição do trânsito na Avenida Vilarinho. Durante entrevista coletiva, o secretário municipal de obras e infraestruturas, Josué Valadão, afirmou que a Avenida Vilarinho é o ponto mais complexo quando  para a prevenção de enchentes e inundações. "A Vilarinho, com certeza, é o maior desafio de Belo Horizonte. É o problema de maior complexidade. Canalização feita na década de 1980, onde houve ocupação total e hipermebialização da área", disse.

 

O secretário destacou a intensidade do temporal. "Tivemos um evento no sábado, com rajadas de vento intensa, 130 quilômetros por hor e preciptação intensa, na terça-feira, no período da tarde", afirmou.  Ele lembrou que há três grandes áreas de atenção  na capital: Arrudas, Isidoro (onde está a Avenida Vilarinho) e Córrego do Onça (Avenida Bernardo Vasconcelos).

 

Há nove pontos mais críticos em toda cidade, sujeitos a alagamento: Avenida Vilarinho com Rua Dr. Álvaro Camargos; Avenida Heráclito Mourão de Miranda com Avenida Professor Clovis Salgado; Avenida Bernardo Vasconcelos com Avenida Cristiano Machado; Rua Pitangui com Avenida Silviano Brandão, Avenida Cristiano Machado, Avenida Tereza Cristina com Avenida Palestina; Avenida Silva Lobo com Avenida Barão Homem de Melo, Avenida Francisco Sá com Rua Erê e Avenida Prudente de Morais com Rua Joaquim Murtinho. 

 

Na terça (31), o prefeito Alexandre Kalil admitiu que houve erro no projeto da Avenida Vilarinho. O secrtário explicou que foi um erro na concepção. Segundo o secretário, a ideia original era fazer desvio com túneis para escoar a água no Ribeirão Isidoro. A nova proposta prevê a criação de bacias de contenção. As obras da região do Córrego do Onça, na região da Pampulha, estão orçadas em R$ 380 milhões e R$ 150 milhões para as obras da Avenida Vilarinho. "Perdemos nove meses do nosso cronograma, mas não vamos insistir em algo que vimos que não estava bom. É melhor reconhecer que houve o erro. Ter essa humildade". 

 

O secretário afirmou que a prefeitura avaliou que o projeto, depois de estudos hidráulicos e hidrológicos, deverá ser alterado.  "Não seria uma boa solução. Ou você contém a água e depois evazia ou você deixa a água fluir. A concepção que foi feita seria no modelo de escoamento da água, a jusante. Isso traria consequências danosas e custos indevidos", disse. Na outra concepção, será feita a retenção em grandes reservatórios ao longo da Avenida Vilarinho.

 

O secretário informou ainda que a expectativa é que a obra comece em abril de 2020. Lembrou que uma parceria entre o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas agilizará a licitação. "A concorrência será muito disputada em função do valor. Concorrência como essa tem entraves, embargos, pedidos de esclarecimento. Parceria com o poder judiciário é importante para dar agilidade", disse. A obra, realizada em etapas, terá duração de dois anos. "São vários pontos da região que serão tratados. Não é uma obra concentrada em um lugar. Toda obra de estrutura dessa natureza são de longa duração", disse.

 

PREVENÇÃO

 

Enquanto as obras não são realizadas, a população tem que se prevenir. "Vamos avisar, fazer treinamentos de como fazer o fechamento. Evitar o acesso às regiões", disse. Ele lembrou do serviço de mensagem (40199) que envia alerta por por SMS, recebendo os alertas de chuva emitidos pela Defesa Civil. 

 

"A orientação dada pelo prefeito é no sentido de prevenir problemas com vida humana. havendo alerta de chuvas, nossas equipes fecham os acessos a áreas de risco, aconteceu na Avenida Tereza Cristina e na Avenida Vilarinho, que ficaram interrompidas por 30 minutos", afirmou. O secretário afirmou que não vê problema em ter fechado e a chuva não ter ocorrido. "A ação é preventiva", disse.