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Estado de Minas

Finados: homenagens continuam neste domingo e PBH pede atenção a jazigos

Após movimento intenso sábado, visitas a cemitérios continuam e prefeitura pede atenção para que famílias não percam sepulturas


postado em 03/11/2019 06:00 / atualizado em 03/11/2019 08:15

(foto: Leandro Couri/Em/d.a press)
(foto: Leandro Couri/Em/d.a press)

A homenagem à memória dos parentes e amigos falecidos vai se prolongar hoje e amanhã – a previsão da Prefeitura de Belo Horizonte é que cerca de 100 mil pessoas visitem os quatro cemitérios municipais nestes “dias” de Finados. Ontem, feriado nacional, foi grande o movimento no Bonfim, na Região Noroeste, mais antigo do que a capital que completará 122 anos em 12 de dezembro. Segundo o diretor de Necrópoles da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), Wellington Corrêa, cerca de 20 mil pessoas passaram pelo local.

Corrêa fez um apelo para que familiares de pessoas sepultados no Bonfim providenciem a regularização dos jazigos, para evitar que seja retomados. O prazo vai até 30 de dezembro. Ele informou também sobre a licitação dos construtores, feita pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para impedir obras sem autorização do poder público. “Trata-se de uma iniciativa para coibir fraudes, dentro do processo de modernização e moralização nos cemitérios municipais, que incluem ainda o Saudade, Paz e Consolação. Dessa forma, qualquer serviço deve ser feito via documento de arrecadação municipal”, explicou o diretor, destacando que houve credenciamento de zeladores, georreferenciamento para localização de túmulos e outras medidas.

 

No Cemitério da Colina, no Bairro Nova Cintra, na Região Oeste, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, celebra missa às 9h. O arcebispo chegou ontem de Roma, onde participou do Sínodo da Amazônia e de encontro com o papa Francisco. No Bonfim, pela manhã, houve missa celebrada pelo bispo auxiliar dom Edson Oriolo, recém-nomeado, pelo papa Francisco, o novo bispo da diocese de Leopoldina, na Zona da Mata mineira. Os visitantes foram acolhidos, na entrada dos cemitérios, por pastores evangélicos, e chuva de pétalas.

 

EMOÇÃO Muito emocionado, o contador e advogado José de Matos F. Diniz Júnior, morador do Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul da capital, levou três rosas vermelhas para homenagear a mãe, Maria da Graça de Melo Matos, falecida há dois anos. Certo de que, com o tempo, os entes queridos passam a morar no coração, ele mostrou na lápide, uma citação de São Tomás de Aquino, que conforta: "A morte não é nada. Não estou longe. Apenas passei para o outro lado do caminho".

 

Depois da primeira missa, as freiras Sandra Zanotto, Eliane Madureira e Rosana Lima, da congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, rezaram pelas almas. "E também pelos vivos", ressaltou a irmã Sandra. Ao lado, a irmã Eliane repetiu as palavras do padre Clésio, que ouvira há poucos minutos: "A vida é uma gestação e a morte, o parto. A morte é o beijo de Deus que nos deixa sem respiro".

 

Moradora de Contagem, na Região Metropolitana de BH, Joana Taíse dos Santos rezou, acendeu velas e se uniu em mãos dadas à filha Vitória, de 5 anos, ao sobrinho João, de 10, ao pai dela, Anselmo José dos Santos, de 82, ao irmão Anselmo Júnior e ao primo Nilton Roque. “Minha mãe, Maria Conceição Santos, morreu há 20 anos, e desde então venho aqui todos os anos”, contou Joana sem esconder a emoção. “É um momento que mistura saudade e dor”, afirmou com lágrimas nos olhos.

 

Não muito longe, o casal Nilson Alves Coelho e Isabel Coelho, morador do Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste, arrumava o túmulo dos parentes. “Aqui estão meu sogro, minha sogra, minha cunhada e avós do meu marido”, disse Isabel, que, na sequência, iria em outra parte do Bonfim prestar homenagens à mãe. “É dia de tristeza, mas devemos lembrar com alegria de todos os que morreram, e ficar felizes por tê-los ajudado em vida”, disse a mulher.

 

RESTAURO Uma novidade para quem for ao Cemitério do Bonfim é na restauração da Capela do Necrotério, de 1897, que chama a atenção principalmente pela cúpula fabricada na cidade de Bruges, na Bélgica. A cobertura foi restaurada há dois anos pelo grupo Oficina de Restauro, com recursos de R$ 300 mil da Prefeitura de Belo Horizonte e gerenciamento do Instituto Cultural Flávio Gutierrez. “Temos aqui um patrimônio importante da cidade, embora desconhecido de muita gente”, explica o restaurador Adriano Ramos.

 

Na atual fase de restauro do espaço com área de 150 metros quadrados e 15 metros de altura, a equipe de especialistas fez descobertas. Sob seis camadas de tinta de várias cores, foi encontrada a pintura parietal marmorizada original, semelhante à existente no Palácio da Liberdade e no Museu das Minas e do Metal, ambos na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de BH. “Começamos o trabalho em 2 de setembro, já removemos 90% das camadas. A próxima etapa será recompor as perdas”, explicou Adriano, informando que a intervenção estará pronta em 2 de fevereiro.

 

No lado de fora da construção, as prospecções feitas pela equipe de sete pessoas mostraram os tons amarelo e ocre também originais – no andaime colado à fachada, a restauradora Fernanda Alves Guerra revela que ainda há muito para fazer na Capela do Necrotério do Cemitério do Bonfim, administrado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de BH.

 

O projeto com duração de cinco meses tem recursos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), fruto de medidas compensatórias ambientais. Conforme a Fundação Municipal de Cultura/Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que acompanha a intervenção, os serviços técnicos atuais são os seguintes: raspagem da pintura externa, remoção das camadas de repintura, vedação das áreas danificadas, complementações, emassamento e nivelamento das paredes externas, emassamento e nivelamento de lacunas das superfícies no interior da capela, reintegração das cores, e aplicação de pintura à base de cal nas paredes externas.

 

 

 

 


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