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Estado de Minas

Ex-PM é condenado por matar homem com 11 tiros na saída de boate em BH

Caso ocorreu há quatro anos no Bairro Prado. Confusão teria começado por causa de um copo de bebida derrubado em uma mulher que estava com o policial


postado em 05/11/2019 09:38 / atualizado em 05/11/2019 09:50

Sentença foi proferida nessa segunda-feira em Belo Horizonte(foto: Joubert Oliveira/TJMG)
Sentença foi proferida nessa segunda-feira em Belo Horizonte (foto: Joubert Oliveira/TJMG)


Foi condenado a nove anos e nove meses de prisão em regime fechado o ex-policial militar Nedilson Rocha Andrade, acusado de matar Herick Viriato Parreiras Paulino em fevereiro de 2015, na saída de uma boate no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte

O julgamento foi realizado nessa segunda-feira no 2º Tribunal do Júri. A sessão foi presidida pelo juiz Ricardo Sávio de Oliveira. 

Na ocasião, segundo a Polícia Civil, a vítima, que tinha 25 anos, estava na boate acompanhada de amigos e familiares. Por volta das 2h, o jovem foi ao banheiro com um copo de cerveja nas mãos. Quando voltou, deixou parte da bebida cair em uma moça, que estava acompanhada do até então cabo da PM. 

A situação gerou uma discussão entre Herick e Nedilson, de acordo com a Polícia Civil. O militar chegou a agredir o rapaz com socos. A dupla foi retirada da boate por seguranças. Conforme testemunhas, Nedilson disse que era policial militar e que o rapaz deveria “abaixar a bola”.

Ainda conforme a polícia, quando chegou à rua, o cabo da PM viu a vítima relatando a amigos o que havia acontecido. Novamente, o militar quis tirar satisfação com o grupo, que por sua vez, pediu desculpas pelo ocorrido. Mesmo assim, segundo a polícia, Nedilson sacou sua arma e atirou no ombro de Herick. Os jovens que estavam com ele correram, mas o policial também atirou diversas vezes contra eles. Depois, ele se voltou novamente contra Herick e disparou. Foram 11 tiros, sendo nove pelas costas e os outros dois quando o rapaz estava no chão. 



Uma câmera de segurança gravou todo o fato e foi a principal prova da Polícia Civil para concluir o inquérito. Durante os trabalhos, os investigadores concluíram que a casa de shows tinha detector de metais em sua entrada, por isso não seria possível o militar entrar no local com uma arma sem ser barrado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o promotor Gustavo Fantini destacou que a intenção do ex-policial não era se defender, mas sim matar a vítima, por motivo fútil, por pensar que esta teria derramado bebida de propósito a mulher que o acompanhava.

Testemunhas confirmaram que, após a discussão, o ex-policial foi retirado do local pelos seguranças, por ter agredido Herick. Depois disso ele foi visto seguindo o grupo da vítima na saída da boate. 

Conforme o TJMG, o advogado Domingos Sávio de Mendonça sustentou que Nedilson cometeu o crime motivado por violenta comoção, por ter sido ameaçado pela vítima e o irmão. “Em sua defesa, o ex-policial alegou ter atirado para se defender, uma vez que o jovem o teria ameaçado e portava uma arma. Ele disse ainda que foi agredido por Herick durante a discussão e que teria tentado acalmar toda a situação antes de cometer o crime”, diz o Tribunal de Justiça. 

Os jurados consideraram o ex-policial culpado por homicídio qualificado, mas reconheceu a tese de homicídio privilegiado o que embasou a redução da pena, aplicada inicialmente de 13 anos de reclusão, em um quarto, pelo juiz Ricardo Oliveira. O juiz ainda determinou que, por ter respondido o processo em liberdade sem prejuízo para a instrução penal, Nedilson permaneça solto na fase de recurso.


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