O universitário congolês Louison Mbombo, estudante da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Minas Gerais (UFMG), recebeu o prêmio de Melhor Inovação Humanitária 2019 da The Dutch Coalition for Humanitarian Innovation (DCHI). A cerimônia aconteceu na última sexta-feira, em Amsterdã, na Holanda, e reconheceu os trabalhos do africano dedicados à busca da erradicação da malária em seu país natal.
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A Coalizão Holandesa de Inovação Humanitária busca e apoia projetos de intervenção humanitária que possam ter impacto global. Em 2019, especificamente, a entidade buscou por inovações que usassem dados ou informações capazes de salvar ou melhorar a vida de pessoas afetadas por crises humanitárias ou naturais.
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Crise e refúgio
A instabilidade política que assola a República Democrática do Congo levou Louison Mbombo a se refugiar no Brasil. Em 2013, ele cruzou o Atlântico para tentar uma nova vida no país tropical. Ele estuda medicina desde 2015 na UFMG e seguiu os passos do pai, que era dono de um hospital no país natal.
Neste ano, Mbombo já havia sido incluído, pela União Europeia, em uma lista dos 15 jovens líderes mais influentes do mundo. “Desde criança, sempre tive uma visão de mudar o mundo para melhorar. Já nasci com isso, com essa vontade de mudar o mundo. Não ficava confortável de ver tudo que está acontecendo, como problemas relacionados à desigualdade e às mudanças climáticas. Então, decidi tomar uma iniciativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas e abri a ONG no intuito de salvar vidas”, contou o jovem, em entrevista concedida ao Estado de Minas em junho.
Apesar de a malária ser uma doença tratável e que pode ser evitada, uma população pobre como a do Congo não consegue ter acesso a um tratamento adequado, conta. “As crianças são as mais atingidas pela doença. Na África, a cada dois minutos uma criança morre. A gente não pode aceitar morte por uma doença que é tratável e evitável”, disse. Segundo a ONG Solidariedade na Mokili, criada pelo congolês, quase 40% da população congolesa usa o dinheiro que ganha apenas para tratamento da doença. * Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia
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