Operando abaixo da metade de seu volume, com 47,2% de retenção de água, o barramento de Vargem das Flores, entre Contagem e Betim, passou por uma limpeza de sua orla, na manhã deste sábado (9). O reservatório é integrante do Sistema Paraopeba, responsável por 30% do abastecimento de água da Grande BH, que conta também com as barragens de Rio Manso (42,9%) e Serra Azul (47,4%), totalizando 44,9% de volume útil para abastecimento.
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Vale se mobiliza para evitar risco de desabastecimento de água na Grande BH Bairros de Contagem têm abastecimento de água interrompidoAcessos à Vargem das Flores serão bloqueados no carnavalA ação coletiva inclui o recolhimento de lixo em toda a extensão da represa, margens e espelho d’água. São utilizadas 25 lanchas e 10 jet skis para o trabalho. O material recolhido será armazenado em um ponto único da orla, no qual a Semobs fará o recolhimento na segunda-feira (11). Os resíduos serão enviados para o setor de Coleta Seletiva de Contagem, onde haverá uma seleção do material reciclável. O que não puder ser reciclado será enviado para o aterro sanitário de Contagem.
Lazer e lixo
A lagoa é muito frequentada, sobretudo aos fins de semana, por pessoas que buscam lazer e pescaria. Ainda assim é nítida a sujeira deixada pelos frequentadores. Nas praias arenosas formadas pela baixa do reservatório nas margens ficam repletas de lixo como embalagens plásticas, pratos de alumínio descartáveis, garrafas de vidro,sacolas e latas.
"A gente que vem aqui tenta dar o exemplo, mas nem todo mundo segue. Jogam as coisas de qualquer jeito por aí. Temos de lembrar que aqui não é só para a gente brincar, mas para as pessoas beberem também", disse a autônoma Alinete Ramiro Santos, de 47 anos, que pesca com a família aos fins de semana no lago.
O funcionário público Vanderlei Antero Medeiros, de 60 anos, também gosta de ir ao lago aos fins de semana com a filha, mas diz ter a noção da necessidade de preservar Vargem das Flores. " Parece óbvio, mas não é. Quem frequenta aqui destrói, por isso é importante limpar, mas mais ainda, não sujar", considera.
Por outro lado, os comerciantes e frequentadores cobram ações mais constantes do poder público. "Tem essas ações, de vez enquando. A gente limpa, os comerciantes limpam, essa ação da prefeitura a gente já faz há muito tempo. O lixo também desce nos córregos, pelo esgoto. Tinha de ter uma coisa mais séria e constante", disse o catador Oséias Fernandes da Silva, 49 anos, que vende os produtos reciclados que reúne na lagoa.
Segundo comerciantes, todas as segundas-feiras uma média de 18 sacos de 100 litros de lixo são reunidos por estabelecimento e deixadas para o recolhimento do caminhão de lixo. "A prefeitura vem aqui, faz uma ação num dia, mas nos deixa na sujeira a semana toda. Tinham de resolver esse problema do lixo que chega e aumentar a coleta", disse uma comerciante que pediu para não ser identificada devido ao medo de perseguição da fiscalização municipal.