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Estado de Minas

Mais um caso de injúria racial é registrado na Grande BH; vítima é taxista

Segundo o boletim de ocorrência, passageiro chamou o motorista de 'aquele pretinho ali' na presença de policiais militares e outras testemunhas. Ele foi autuado em flagrante pelo crime


postado em 15/11/2019 19:42 / atualizado em 15/11/2019 20:02

O caso aconteceu durante uma discussão no Centro de Betim(foto: Moises Silva/EM/D.A Press)
O caso aconteceu durante uma discussão no Centro de Betim (foto: Moises Silva/EM/D.A Press)

A Região Metropolitana de Belo Horizonte tem mais um caso de injúria racial. Desta vez, o crime aconteceu em Betim. Um homem foi preso depois de chamar um taxista de "aquele pretinho ali", segundo consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM). A fala foi feita na presença de policiais militares e outras testemunhas. O autor, de 61 anos, foi autuado em flagrante pelo crime, pagou fiança e foi liberado.

De acordo com a PM, o crime aconteceu na noite dessa quinta-feira. Por volta das 22h40, a corporação foi acionada por causa de uma briga que acontecia na Avenida Amazonas, no Centro de Betim. O passageiro de um táxi e o condutor, de 39 anos, estavam em uma discussão sobre o preço de uma corrida.

Em conversa com os policiais militares, o passageiro, Celso Serafim de Cássia Rezende, afirmou, segundo consta no boletim de ocorrência, que pediu uma corrida para Esmeraldas. O taxista aceitou e teria dito que a viagem ficaria em R$ 80. O homem, então, tentou negociar e perguntou se podia ser feito por R$ 60.

Neste momento, segundo informações da PM, Celso disse que o taxista teria dito para ele ir a pé. O que deu início a uma discussão.

Os militares foram até o local onde acontecia a briga e, durante os levantamentos do caso, flagraram Celso se referindo ao taxista como “aquele pretinho ali”. Diante disso, foi dada voz de prisão a ele por injúria racial. O homem foi encaminhado para a delegacia. Segundo a Polícia Civil, ele foi autuado em flagrante pelo crime, pagou fiança e foi liberado.

Outros casos


Este é o terceiro caso registrado na Grande BH em menos de uma semana. Nessa quarta-feira, um caso de racismo veio à tona. Um processo seletivo divulgado por duas empresas da capital mineira é investigado pois, ao divulgar vagas para cuidadores de idosos, colocaram na descrição a exigência de que as candidatas não fossem negras ou gordas. Uma das excluídas foi  Eliângela Lopes, de 41 anos, que tem quatro anos de experiência profissional. “Não vou me calar”, disse em entrevista ao Estado de Minas.

Outro caso aconteceu no último domingo, durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético. Após o empate por 0 a 0, as arquibancadas do Mineirão viraram “praça de guerra”. Em meio à confusão, Adrierre Siqueira da Silva se dirigiu ao segurança Fábio Coutinho com menosprezo e disse: ‘Olha a sua cor’. As imagens foram flagradas pelo jornalista Lucas Von Dollinger, da Rádio 98FM. Já o jornalista Fael Lima, da TV Alterosa, registrou o momento em que o mesmo torcedor deu uma cusparada no rosto do profissional.

Irmão de Adrierre, Nathan Siqueira da Silva também é suspeito de ter cometido injúria racial por supostamente ter chamado Fábio Coutinho de 'macaco'. Nathan nega e alega ter dito 'palhaço', não 'macaco'. Os dois pediram desculpas e alegaram que não são racistas. Para isso, utilizaram justificativas como, por exemplo, dizer que têm parentes negros e vão a cabeleireiros negros.


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