Tida como uma das soluções para se evitar uma crise hídrica na Grande BH desde que o rompimento dabarragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, impediu a captação da Copasa no Rio Paraopeba, a obra de nova captação no manancial foi suspensa nessa sexta-feira por determinação judicial. A Vale vinha comprando terrenos para propiciar que a adutora de 12 quilômetros fossse implementada e a Copasa tinha conseguido uma liminar judicial para os terrenos que não entraram em acordo, mas essa liminar foicassada.
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Racionamento afeta 35 comunidades em Minas; saiba onde quadro é mais críticoVale terá que apresentar proposta para preservar Rio das VelhasMonitoramento das águas do Rio Paraopeba será custeado pela Vale por 10 anosPor meio de nota a Vale informo que "confirma a suspensão judicial das obras do sistema de captação do Rio Paraopeba, solução firmada em Termo de Compromisso (TC) assinado em julho entre a Vale e o Ministério Público Estadual, com interveniência da Copasa, do Estado de Minas Gerais e do Ministério Público Federal. Da mesma forma que a justiça autorizou o início dos trabalhos, no final de outubro, a Vale respeitará e seguirá a decisão de saída (do canteiro de obras)".
O novo sistema fica localizado próximo à comunidade de Ponte das Almorreimas, na zona rural de Brumadinho. A estrutura terá a mesma vazão, de 5 mil litros por segundo, da captação atualmente suspensa e seguirá as mesmas premissas de engenharia. O prazo limite para conclusão dessa obra é setembro de 2020.
O novo sistema contará com bombas para captação da água no rio Paraopeba e transferência através de tubulação até uma caixa de areia, que tem o objetivo de reduzir o percentual de sólidos na água. Após essa etapa, a água é transferida para um reservatório, passa por cinco bombas de maior potência e por um tanque de transferência. O restante do trajeto é feito por gravidade através de tubulação subterrânea até o ponto de interligação com o sistema existente da Copasa.
Os custos para o novo sistema do Rio Paraopeba e também em ações preventivas na captação do Rio das Velhas, em Bela Fama, município de Nova Lima, custarão cerca de R$ 450 milhões. Em Bela Fama, onde o Velhas abastece 60% da Grande BH, está em implantação a construção uma barreira de contenção que circundará a captação de Bela Fama para prevenir que essa seja atingida caso outras barragens no alto Rio das Velhas venham a se romper, causando o colapso do abastecimento da região. A barreira terá cerca de 3 metros de altura, 300 metros de extensão. Após a conclusão da barreira, serão realizados trabalhos de recuperação urbanística e de paisagismo, intervenções previstas para serem finalizadas até o final de novembro.
A Copasa informou que não recebeu nenhuma notificação judicial, ou citação, quanto à descontinuidade de trabalhos de implantação de nova captação no rio Paraopeba. "A Companhia esclarece que quaisquer ações que impactem o cumprimento do cronograma de obras de implantação da nova captação podem impactar, futuramente, no abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH. A Copasa informa que caso seja identificada a necessidade de qualquer tipo de restrição de abastecimento será a primeira a vir a público para compartilhar informações e orientar as pessoas. A Companhia informa que está cobrando rotineiramente da Vale o cumprimento das obrigações já assumidas judicialmente, além de outras ações necessárias, para que a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte não seja penalizada", informou por meio de nota.