Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual por parte do professor de uma escolinha de futebol localizada no Bairro Braúnas, na Região da Pampulha, foram ouvidos nesta terça-feira na Vara Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente. Ao todo, cinco menores prestaram depoimento. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), elas deram detalhes sobre os crimes.
Uma psicóloga judicial colheu os depoimentos, que foram dados em uma sala especial e transmitidos por meio de sistema de vídeo. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues acompanhou da sala de audiência, junto com a promotora de justiça do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e dois defensores do acusado.
O professor foi indiciado pela Polícia Civil, em setembro deste ano, por abusar sexualmente de oito vítimas, com idades entre 7 e 15 anos. Entre elas, estão sete alunos e uma menina que costumava acompanhar os treinamentos. O homem, de 56 anos, foi preso em agosto deste ano, após a denúncia do pai de um dos alunos. Ele responde por estupro de vulnerável, assédio sexual, e por mostrar às vítimas materiais pornográficos. Se condenado, pode pegar até 20 anos de prisão.
Os crimes
O homem trabalhava no clube na Pampulha há 20 anos. Depois da denúncia do pai de um dos alunos, ele passou a ser investigado. As vítimas contaram que o professor oferecia dinheiro para a prática dos abusos. A suspeita é que ele se aproveitava das crianças quando estavam sozinhas no vestiário ou em um chalé próximo do campo. Ele também mostrava vídeos pornográficos para as vítimas.
Em 13 de agosto, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do homem, que acabou preso e encaminhado para uma unidade do sistema prisional. “As primeiras denúncias identificaram quatro vítimas entre 10 e 15 anos, que relataram que o suspeito levava presentes e, ás vezes, dava quantias entre R$5 e R$10 para que não contassem sobre os abusos. Os alunos contaram também que tudo acontecia no clube, antes ou após os treinos”, comentou a Polícia Civil.
Na época da prisão, o homem, segundo a Polícia Civil, confessou os crimes.