Jornal Estado de Minas

ANM avalia risco em barragem de Brumadinho


Um vídeo que circula nas redes sociais levou a Vale a acionar a Agência Nacional de Mineração (ANM) para vistoriar a barragem B6, que fica na Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O reservatório, que fica próximo a estrutura que se rompeu em 25 de janeiro, armazena água. As análises feitas nesta quinta-feira não detectaram riscos de colapso. A Vale afirmou que não houve alteração na estabilidade da barragem.


Nas imagens, um homem caminha pelo terreno onde fica a barragem B6 e levanta a hipótese de ter algum risco de rompimento da estrutura. O autor do vídeo também afirma que técnicos da ANM e da Vale estavam fazendo a leitura dos piezômetros, equipamentos que detectam movimentações no solo.

Por meio de nota, a ANM confirmou que equipes do órgão estiveram na Mina Córrego do Feijão, depois de ser acionada pela própria Vale.  “Nesta manhã, uma equipe de técnicos foi ao local. O vídeo mostra a saída pela canaleta do material que veio com o rompimento da Barragem I e ficou acumulado sobre a Barragem VI. Por mais que tenha sido feita a raspagem do material à época, ainda sobraram resquícios. Foi plantada grama em cima do barramento para a recuperação do talude, mas, com as chuvas, o material escorreu, assoreando a canaleta. Os técnicos da ANM fizeram uma inspeção e verificaram que não há anomalias na estrutura, tampouco risco à segurança da barragem”, afirmou.

A Vale também se posicionou sobre o caso e afirmou que não houve alteração na estabilidade da barragem. “A umidade encontrada nos tapetes de grama é resultado de água das chuvas ocorridas nas últimas semanas. Já o material visto nas canaletas é residual do rompimento da B1 que ficou acumulado na face do talude da B6. Com as chuvas, as águas transportaram o rejeito até as canaletas, sem comprometer a estrutura da barragem”, finalizou.

Vítimas identificadas


A tragédia de Brumadinho vai completar 10 meses na próxima semana. O rompimento deixou 255 pessoas mortas. A última vítima identificada foi o funcionário terceirizado da Vale, João Marcos Ferreira da Silva, de 25 anos, que prestava serviço de ajudante no complexo de extração de minério de ferro no momento da ruptura. Ainda há 15 desaparecidos.